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• Em meu retorno a Macapá, quase um ano após minha viagem a Brasília, saí às ruas de minha Cidade, no coração da Amazônia, e conversei com pessoas nas ruas, saudades da terra, da gente nossa…
• O assunto recorrente nas conversas era o preço elevado dos alimentos. O açaí, o nosso açaí, saiu da mesa das pessoas mais pobres faz tempo. Essa iguaria da nossa região, que era tomada junto com charque (carne seca) ou camarão e farinha de mandioca, portanto um alimento de “sustança” (alto valor nutritivo), é o alimento preferido da imensa maioria dos nativos desta região Amazônica.
• As pessoas relataram que tem preferência pela carne vermelha (gado vacum ou búfalo), mas tiveram que mudar para a carne de frango, por causa da elevação de preço e, depois, com novos aumentos, tiveram que substituir o frango pela proteína do ovo. Porém, nem mais ovos estão conseguindo comprar. Essa desesperadora situação agonia o dia a dia da grande maioria dos amapaenses que tem, normalmente, um integrante da família empregado.
• Ao compreender que as queixas eram das pessoas empregadas ou de microempreendedores formais e, principalmente, informais, passei a meditar sobre os que se encontram desempregados e fora do mercado informal.
• Pelos números atuais, cerca de 90 mil trabalhadores estão desempregados no Amapá. As atividades extrativas não podem ocorrer, porque nossas terras são em sua quase integralidade reservas ambientais, reservas indígenas e o que sobra é área urbana.
• A folha de pagamento do Estado, bancada pela União, gerou o que os políticos hipócritas chamam de economia de contracheque. Esta economia é o dinheiro público, que foi disponibilizado para tornar o Estado viável economicamente, sendo utilizado para pagar cabos eleitorais que viabilizam eleições espúrias.
• Contudo, conforme os servidores públicos da União foram deixando o serviço no Amapá, por aposentadoria, transferência ou falecimento, foi necessário contratar substitutos pagos com dinheiro do Estado.
• A substituição dos servidores federais, por servidores pagos pelo Amapá, fez cessar a entrada dos recursos federais que os remuneravam. Isso acabou com a compra de serviços de cabeleireiros, manicures, massoterapeutas, taxistas, mototaxistas, pedreiros, carpinteiros, garçons e outros, que serviam aos funcionários pagos pelo governo federal. Os servidores estaduais têm salário bem inferior àqueles.
• Numa análise de cenário mais ampla, o empobrecimento geral é consequência da ausência de estruturação do Estado do Amapá para receber investidores. Noutras palavras, houve Má Gestão quando os políticos não construíram portos, aeroportos, estradas vicinais, regularização fundiária, capacitação para agricultura, produção de alimentos, especialmente, proteínas, que gerariam os empregos e as receitas para que o Amapá oferecesse os serviços públicos, como segurança pública, saúde, transporte e educação de qualidade, além de oportunidades de trabalho.
• Além de Má Gestão, houve também Corrupção. Por que digo isso? Porque desapareceu o dinheiro que sobrava nos cofres públicos em razão da União pagar a folha de servidores à disposição do Estado, que foram destinados, pelo constituinte de 1988, para a estruturação do Estado.
• As circunstâncias acima relatadas explicam a dificuldade que a maioria dos amapaenses enfrentam para se sustentar e viver com dignidade de forma livre e independente de favores dos eleitos, dos doadores de esmolas com dinheiro público.
• Ao olharmos a nossa volta, ao andarmos por nossas ruas, é fácil constatar que as pessoas não dispõem de recursos suficientes sequer para se alimentarem.
• Além disso, a má gestão e a corrupção provocaram na prestação de serviços públicos consequências que afetam de forma negativa a vida de todos ao amapaenses diariamente. É o transporte público que falta ou é de péssima qualidade, que o digam os que ficam nos pontos de ônibus. É a falta de educação de qualidade, a falta de segurança que nos tornou o estado mais violento do Brasil, onde se estima que haja em torno de 27 mil faccionados disputando espaço para suas atividades ilícitas.
• Esses serviços, educação, transporte e segurança, além de outros, são deveres do Estado. O governo tem a obrigação de oferecer para a população, não é favor, para isso pagamos impostos. E todos nós pagamos, pois em tudo que compramos ou vendemos já estão acrescentados os impostos.
• Tudo isso está muito evidente. Por isso acompanhamos juntos, cada vez mais, as reações aos hipócritas da indústria do contracheque, aos que praticam a Má Gestão e a Corrupção. Os governantes de todos os poderes estão constatando que a política praticada não é mais suportável pelo povo. Precisamos de respeito aos nossos direitos. Chega de violência; chega de mortes por falta de atendimento na saúde. Chega!!!!!!!