O Banco Central (BC) afirmou que o recente debate sobre reformas fiscais estruturais e redução de incentivos tributários podem impactar os juros no país, argumentando que segue acompanhando com atenção o tema, mostrou nesta terça-feira (24) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Na ata, o BC ainda apontou que a construção da confiança necessária para definir o patamar apropriado de restrição monetária ao longo do tempo passa por assegurar que os canais de política monetária estejam desobstruídos e sem elementos mitigadores.
“O debate mais recente, com ênfase na dimensão estrutural do orçamento fiscal e na redução ao longo do tempo de gastos tributários, tem potencial de afetar a percepção sobre a sustentabilidade da dívida e de ter impactos sobre o prêmio da curva de juros”, disse a autarquia na ata.
Na semana passada, o BC decidiu elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, a 15,00% ao ano, e destacou que antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros, considerando que a taxa deve permanecer inalterada por “período bastante prolongado”.
Fim do ciclo
O Copom repetiu, na ata da sua última reunião, que “antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros”, com o objetivo de avaliar se o nível corrente da Selic – mantido por período “bastante prolongado” – é suficiente para fazer a inflação convergir à meta.
“Em se confirmando o cenário esperado, o comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, diz a ata.
Na segunda-feira (23), as medianas do relatório Focus, já passaram a indicar que a taxa Selic deve permanecer estável, em 15%, até o fim deste ano. Até a semana anterior, as projeções do mercado apontavam para estabilidade do juros em 14,75%.
O Copom também reforçou que “se manterá vigilante”, e que “não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado.
O comitê repetiu ainda as projeções de inflação que já haviam sido divulgadas no comunicado: de 4,9% para o fim de 2025 e de 3,6% para o fim de 2026, este último sendo o horizonte relevante da política monetária.
A estimativa para o ano que vem está acima do centro da meta, de 3%, e leva em conta altas de 3,4% para os preços livres e de 4,1% para os administrados.
A projeção para 2025 está acima do teto da meta, de 4,50%, e considera altas de 5,2% e 3,8% para livres e administrados, nesta ordem.
Todas as projeções do BC partem do cenário de referência, com trajetória de juros extraída do relatório Focus e bandeira verde de energia elétrica em dezembro de 2025 e 2026.
A taxa de câmbio começa em R$ 5,60 e evolui conforme a paridade do poder de compra (PPC). Os preços do petróleo seguem aproximadamente a curva futura por seis meses e, depois, sobem 2% ao ano.
Fonte: CNN Brasil