O ex-sócio da Boate Kiss, Elissandro Spohr, conhecido como Kiko, condenado a 12 anos de prisão pelo incêndio que matou 242 pessoas, em 2013, obteve o benefício de cumprir a pena em regime aberto. A decisão é da Justiça do Rio Grande do Sul e prevê algumas condições, como o uso de tornozeleira eletrônica.
Spohr é o primeiro réu do caso a ser liberado para deixar a prisão. Ele estava recolhido na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan). Entre as condições para manter o benefício também então vínculo de trabalho e comparecimento periódico ao Judiciário para justificar as atividades.
Caso da Boate Kiss
- 242 pessoas morreram após um incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), em janeiro de 2013. Cerca de 630 pessoas ficaram feridas.
- A maior porte das vítimas morreu por asfixia após inalar a fumaça tóxica gerada quando o fogo atingiu a espuma que revestia o teto do palco, onde a banda dos músicos se apresentava.
- Um artefato pirotécnico usado por um dos membros da banda teria dado início ao fogo.
- Centenas de pessoas ficaram desesperadas e começaram a correr em busca de uma saída. Segundo bombeiros que fizeram o primeiro atendimento da ocorrência, muitas vítimas tentaram escapar pelo banheiro do estabelecimento e acabaram morrendo.
Em nota, a defesa do condenado afirmou que a medida foi concedida “após o preenchimento de todos os requisitos legais” e reforçou que ele segue cumprindo a pena “de forma rigorosa”.
Condenado pelo incêndio
Elissandro Spohr é um dos quatro condenados pelo incêndio na boate Kiss. Inicialmente condenado a 22 anos e seis meses de prisão, ele teve a pena reduzida para 12 anos após decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), em agosto de 2025.
Antes da progressão ao regime aberto, Spohr já havia obtido autorização para trabalho externo, também com uso de tornozeleira eletrônica. A permissão foi concedida no último mês de outubro.
Outro ex-sócio da boate, Mauro Hoffmann, também condenado pelo Caso Kiss, obteve regime semiaberto no dia 11 de novembro deste ano. Ele permanece custodiado na Penitenciária de Canoas, com autorização para sair durante o dia para trabalhar. Assim como Spohr, Hoffmann teve a pena revisada pelo TJRS, passando de 19 anos e seis meses para 12 anos.
Já os músicos Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, integrantes da banda Gurizada Fandangueira, cumprem pena no Presídio Estadual de São Vicente do Sul. Os dois também avançaram para o regime semiaberto. As penas de ambos foram reduzidas de 18 para 11 anos, garantindo o direito ao trabalho externo diurno, com retorno obrigatório à unidade prisional à noite.
Marcelo já exerce atividade profissional no município onde cumpre pena, enquanto Luciano aguarda autorização judicial para iniciar o trabalho fora do presídio.
Com a concessão do regime aberto a Elissandro Spohr, as defesas dos demais condenados devem, nos próximos meses, solicitar à Justiça a progressão para a liberdade monitorada, conforme o cumprimento das penas.
Fonte: Metrópoles

