A terça-feira (25/11) deve ser de instabilidades em grande parte do território nacional. No Sudeste, o avanço de um ciclone na costa da região atua como um centro de baixa pressão que sustenta nuvens mais desenvolvidas e chuva persistente ao longo do dia. A presença desse núcleo no oceano também intensifica o vento em áres costeiras e acelera a umidade que avança do interior em direção ao litoral.
A formação do ciclone se dá entre o litoral paulista e o fluminense. Dessas forma, as precipitações serão mais intensas no Rio, em São Paulo, no Espírito Santo e em Minas Gerais.
Atuação do ciclone
No Rio de Janeiro, as precipitações já ocorrem desde a madrugada e devem atravessar o dia inteiro, alternando momentos de chuva contínua com pancadas mais fortes e eventuais episódios de trovoadas e rajadas. A umidade se mantém alta, e a temperatura não sobe muito, com sensação de abafamento mesmo com o céu carregado.
Em São Paulo, o sistema traz chuva desde cedo, especialmente na faixa leste e no Vale do Paraíba. A instabilidade perde força apenas no fim da noite, quando o ciclone já estará mais afastado da costa, mas antes disso há condições para ventos moderados a fortes e pancadas distribuídas de forma irregular.
Minas Gerais também recebe o apoio da circulação do sistema, com áreas de forte instabilidade no centro, na Zona da Mata e no sul do estado. No Espírito Santo, a organização da umidade mantém um dia de tempo carregado e volumes significativos.
Os modelos de probabilidade de precipitação mostram áreas acima de 70% de chance de chuva significativa no Rio, Espírito Santo e centro-leste de Minas. A persistência das nuvens mais densas aparece também no alerta emitido pelo Inmet, que aponta risco de rajadas, queda de granizo e temporais em trechos do Sudeste, com avisos laranja e amarelo em vigor.
No Centro-Oeste, os estados estão sob alerta de perigo potencial e perigo para chuvas intensas. Apesar do aviso meteorológico, as temperaturas seguem elevadas.
La Niña
No Norte, a combinação entre o calor elevado e o aumento da umidade segue produzindo chuva forte e volumosa no oeste do Amazonas, no Acre e no norte de Rondônia, áreas que vêm acumulando precipitações significativas há vários dias. A configuração atmosférica reflete o comportamento típico de anos de La Niña, quando se observa maior aporte de umidade para o Norte e o Nordeste, mesmo que distribuída de forma desigual.
A tendência é a persistência de chuva forte na região até o fim do mês.
O Nordeste, por sua vez, mantém o interior mais quente e seco, mas com eventual ocorrência de pancadas curtas no fim da tarde à medida que a circulação do ciclone injeta umidade para dentro do continente.
Já a Região Sul tem predomínio de tempo firme, com a influência de um anticiclone que mantém temperaturas baixas para o período e vento constante na faixa leste, enquanto a nebulosidade permanece variável ao longo do dia.
A combinação desses elementos — baixa pressão no oceano, resquícios da frente fria, entrada de ar frio pelo Sul e aumento da umidade em direção ao Norte — produz um cenário de forte contraste climático no país e coloca o Sudeste no centro das atenções meteorológicas nesta terça.
A expectativa é de que, com o afastamento do ciclone para alto-mar entre a noite e a madrugada desta quarta-feira (26/11), as instabilidades comecem a perder força gradualmente na região.
Fonte: Metrópoles

