Representantes da Associação dos Caboclos, Indígenas e Quilombolas da Amazônia (Cainquiama) estiveram reunidos com o deputado Carlos Bordalo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), para denunciar a degradação ambiental no rio Curuperé causado pela multinacional Minerva Foods.
A fazenda possui cerca de 27 mil cabeças de gado. Segundo os representantes da associação a empresa despeja no rio dejetos e a contaminação tem causado impactos socioambientais aos moradores da comunidade de Curuperé-Grande, localizada na fronteira entre as cidades de Abaetetuba e Igarapé-Miri.
As famílias protestaram contra a poluição dos rios e igarapés e bloquearam a entrada que dá acesso à fazenda, na rodovia PA-151, que liga Igarapé-Miri a Barcarena, bloqueando a saída do gado na fazenda.
Bosco Oliveira, liderança comunitária e membro da Cainquiama, contou que o odor insuportável de fezes e urina jogados no rio ameaça o modo de vida das famílias. “O Curuperé é um rio navegável e a degradação ambiental também impacta o modo de vida da comunidade que depende do rio como fonte de renda”, disse.
Na terça-feira (30) a Cainquiama ingressou com ação civil pública coletiva na 5ª Vara da Fazenda de Direitos Difusos e Coletivos, em Belém, e solicitou a suspensão do licenciamento ambiental concedido à empresa Minerva, especializada na criação de gado para exportação.
Bosco lembra que o crime ambiental causado pelo naufrágio do navio Haidar em 2015, que afundou com cinco mil bois vivos no porto de Vila do Conde, em Barcarena, pertencia à Minerva.
Caso Hydro
Outro problema que levou os representantes a se reunirem com o parlamentar foi a situação das comunidades que sofrem com os impactos socioambientais causados pelas indústrias instaladas em Barcarena, uma delas a empresa Hydro Alunorte, que em fevereiro passado, houve transbordo de efluentes de uma das bacias de rejeitos químicos.
Dona Socorro Silva, da comunidade quilombola do Burajuba e presidente da Cainquiama, falou da preocupação sobre a possibilidade da empresa voltar a operar com a produção total.
Em abril deste ano, o grupo da Força Tarefa, composto por promotores de Justiça e procuradores da República que investigaram vazamentos ocorridos na planta industrial da Hydro Alunorte, manifestaram à Justiça Federal concordância para que as operações da refinaria possa voltar a operar com 100% da capacidade de produção. No mesmo mês um vídeo foi divulgado e mostra transbordamento de água com rejeitos de bauxita da bacia DRS-1.
Relembre
Nos dias 16 e 17 de fevereiro de 2018, após intensas chuvas, os moradores de Barcarena denunciaram o vazamento de rejeitos de bauxita da bacia da Hydro Alunorte, que não suportou a intensidade de efluentes. Na época a refinaria operava com 100% da produção. O transbordamento contaminou rios e igarapés de comunidades tradicionais, como ficou comprovado por laudos técnicos do Instituto Evandro Chagas. A perícia constatou ainda a existência de um duto clandestino que conduzia resíduos poluentes para cursos d’água na região.
Para apurar os crimes ambientais em Barcarena uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), criada na época na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), comprovou o vazamento. O deputado Bordalo era membro da CPI e acompanhou todo andamento da investigação. “A CPI foi conclusiva, houve transbordamento”, afirmou Bordalo em reunião com os representantes.
A empresa foi multada pelos órgãos de fiscalização ambiental e a Justiça Federal determinou a redução em 50% das atividades industriais e o embargo da bacia de rejeitos DRS02 até que fosse apresentada licença de operação ambiental e comprovada sua capacidade em eficiência e segurança.
A fazenda possui cerca de 27 mil cabeças de gado. Segundo os representantes da associação a empresa despeja no rio dejetos e a contaminação tem causado impactos socioambientais aos moradores da comunidade de Curuperé-Grande, localizada na fronteira entre as cidades de Abaetetuba e Igarapé-Miri.
As famílias protestaram contra a poluição dos rios e igarapés e bloquearam a entrada que dá acesso à fazenda, na rodovia PA-151, que liga Igarapé-Miri a Barcarena, bloqueando a saída do gado na fazenda.
Bosco Oliveira, liderança comunitária e membro da Cainquiama, contou que o odor insuportável de fezes e urina jogados no rio ameaça o modo de vida das famílias. “O Curuperé é um rio navegável e a degradação ambiental também impacta o modo de vida da comunidade que depende do rio como fonte de renda”, disse.
Na terça-feira (30) a Cainquiama ingressou com ação civil pública coletiva na 5ª Vara da Fazenda de Direitos Difusos e Coletivos, em Belém, e solicitou a suspensão do licenciamento ambiental concedido à empresa Minerva, especializada na criação de gado para exportação.
Bosco lembra que o crime ambiental causado pelo naufrágio do navio Haidar em 2015, que afundou com cinco mil bois vivos no porto de Vila do Conde, em Barcarena, pertencia à Minerva.
Caso Hydro
Outro problema que levou os representantes a se reunirem com o parlamentar foi a situação das comunidades que sofrem com os impactos socioambientais causados pelas indústrias instaladas em Barcarena, uma delas a empresa Hydro Alunorte, que em fevereiro passado, houve transbordo de efluentes de uma das bacias de rejeitos químicos.
Dona Socorro Silva, da comunidade quilombola do Burajuba e presidente da Cainquiama, falou da preocupação sobre a possibilidade da empresa voltar a operar com a produção total.
Em abril deste ano, o grupo da Força Tarefa, composto por promotores de Justiça e procuradores da República que investigaram vazamentos ocorridos na planta industrial da Hydro Alunorte, manifestaram à Justiça Federal concordância para que as operações da refinaria possa voltar a operar com 100% da capacidade de produção. No mesmo mês um vídeo foi divulgado e mostra transbordamento de água com rejeitos de bauxita da bacia DRS-1.
Relembre
Nos dias 16 e 17 de fevereiro de 2018, após intensas chuvas, os moradores de Barcarena denunciaram o vazamento de rejeitos de bauxita da bacia da Hydro Alunorte, que não suportou a intensidade de efluentes. Na época a refinaria operava com 100% da produção. O transbordamento contaminou rios e igarapés de comunidades tradicionais, como ficou comprovado por laudos técnicos do Instituto Evandro Chagas. A perícia constatou ainda a existência de um duto clandestino que conduzia resíduos poluentes para cursos d’água na região.
Para apurar os crimes ambientais em Barcarena uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), criada na época na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), comprovou o vazamento. O deputado Bordalo era membro da CPI e acompanhou todo andamento da investigação. “A CPI foi conclusiva, houve transbordamento”, afirmou Bordalo em reunião com os representantes.
A empresa foi multada pelos órgãos de fiscalização ambiental e a Justiça Federal determinou a redução em 50% das atividades industriais e o embargo da bacia de rejeitos DRS02 até que fosse apresentada licença de operação ambiental e comprovada sua capacidade em eficiência e segurança.