Hoje no #vemcomigofalardesaúde recebemos o médico Raimundo Rocha Neto, que vai nos falar sobre a campanha Março Azul
- O que é Campanha Março Azul?
Março Azul é uma campanha de conscientização dedicada à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer colorretal (câncer de intestino). Realizada anualmente durante o mês de março, tem como objetivo informar a população sobre a importância dos exames preventivos, os fatores de risco, os sintomas e as opções de tratamento disponíveis para esta doença. A escolha da cor azul simboliza o compromisso com a saúde e a vida, incentivando ações que promovam a conscientização sobre o câncer de intestino. - Como surgiu essa campanha? O Março Azul surgiu nos Estados Unidos, durante o governo do Bill Clinton, e aos poucos se difundiu para Canadá, Europa e outros países. No Brasil, por iniciativa das entidades médicas ligadas ao combate desse tipo de câncer como a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG). A campanha tomou corpo em 2020, com o intuito de aumentar a conscientização sobre o câncer colorretal. O formato adotado no Brasil foi inspirado em movimentos similares que dedicam um mês para a conscientização sobre diferentes tipos de câncer, como o Outubro Rosa (câncer de mama) e o Novembro Azul (câncer de próstata).
- O que causa essa doença?
Embora muitos casos não tenham uma causa específica, fatores de risco incluem excesso de gordura corporal, consumo elevado de carnes vermelhas e processadas, baixa ingestão de fibras, tabagismo, e consumo de álcool. Histórico pessoal ou familiar de pólipos, doenças inflamatórias intestinais ou câncer de intestino também aumentam o risco.
- Quais os principais sinais de alerta?
Os sintomas incluem sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente, alteração na forma das fezes e presença de massa abdominal. É importante investigar esses sintomas com um médico. - Como prevenir o câncer de intestino?
Prevenção envolve prática de atividade física, limitar consumo de carnes processadas e vermelhas, priorizar alimentos vegetais na dieta, não fumar e evitar bebidas alcoólicas. Exames de rastreamento, como o teste de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia, são recomendados para pessoas entre 50 e 75 anos. - Como os exames de rastreamento ajudam a prevenir o câncer de intestino?
Exames como o teste de sangue oculto nas fezes podem detectar sangramentos não visíveis causados por pólipos ou tumores. Alterações nesse teste indicam a necessidade de uma colonoscopia, que pode diagnosticar e até tratar lesões precocemente, prevenindo o desenvolvimento do câncer. - Quais são as estatísticas mais recentes sobre o câncer colorretal?
O câncer de cólon e reto ocupam a terceira posição entre os tipos de câncer mais frequentes no Brasil, tanto entre os homens quanto em mulheres, atrás do câncer de próstata e de mama feminina, respectivamente. O número estimado de casos novos de câncer de cólon e reto (ou câncer de intestino) para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 45.630 casos (21.970 homens e 23.660 mulheres), segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). O número de mortes em 2021 foi de 21.262 (10.662 homens e 10.598 mulheres), de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer. - Como a detecção precoce pode ajudar na prevenção do câncer colorretal?
A detecção precoce pode ser realizada por meio de exames de sangue oculto nas fezes em pessoas assintomáticas acima de 50 anos. Se positivo, é indicada a realização de exames como a colonoscopia, para visualizar o interior do intestino e, se necessário, remover pólipos antes que se transformem em câncer. - Qual é o processo de diagnóstico para o câncer colorretal?
O diagnóstico é confirmado por meio de biópsia, na qual um pequeno pedaço de tecido suspeito é retirado e analisado. A amostra geralmente é coletada durante um exame endoscópico. - Como é tratado o câncer colorretal?
O tratamento principal é a cirurgia para remover a parte afetada do intestino e os gânglios linfáticos próximos. Dependendo do estágio do câncer, pode ser necessário complementar com radioterapia e/ou quimioterapia para reduzir o risco de recidiva. - Qual é a importância do acompanhamento pós-tratamento?
Após o tratamento, o acompanhamento médico é crucial para monitorar possíveis recidivas ou o surgimento de novos tumores. Isso inclui consultas regulares, exames de sangue para marcadores tumorais, colonoscopia e exames de imagem.
Convidado
Raimundo Rocha Neto
Cirurgião Geral e Coloproctologista
CRM 391/AP
RQE 330 RQE 331
Natural de Belém do Pará, formado pela Universidade Federal do Pará-UFPA (1985-1990). Residência em Cirurgia Geral e Coloproctologia no Hospital R.S. BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DO RIO DE JANEIRO 1991/1994.