Sempre gosto de citar trechos de músicas conhecidas. Hoje o destaque vai para o saudoso paraense Billy Blanco com o seu samba “Canto Chorado”. A música diz muito sobre a atual situação do nosso país e do Agro que vêm enfrentando uma enorme e constante campanha por parte da União Europeia, tentando denegrir a nossa imagem no resto do mundo. Indubitavelmente o Brasil tornou-se um gigante alimentar, uma ameaça aos tradicionais líderes do mercado internacional.
Naturalmente não se pode negar os prejuízos causados pela campanha da UE, suas ONGs e ambientalistas orquestrando as grandes mídias nacionais e internacionais. Alguns países europeus já vèm festejando antecipadamente uma vitória de “pirro”, principalmente, aqueles cuja produção rural não consegue concorrer com a competência dos produtores brasileiros.
Na vida, por mais que se tente impedir, as mudanças são inevitáveis e “o que dá pra rir, dá pra chorar”. Felizmente a maioria dos países, organismos internacionais sérios e grandes investidores não tem as suas ações pautadas por “fakes information” implantadas, difundidas na grande mídia e nas redes sociais ou por relatórios científicos claramente dirigidos contra o Agro brasileiro. As campanhas regiamente patrocinadas conseguem distorcer e esconder a verdade durante muito pouco tempo. Tudo nos leva crer que os nossos adversários ficarão de “canto chorado”.
Um dos organismos internacionais mais utilizados contra nós – a ONU – publica um relatório elogiando o Brasil por sua postura preservacionista. A revista Forbes Brasil divulgou no dia 10 de maio o relatório da Convenção da ONU que citou a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), no Brasil, como a responsável por contribuir com a segurança alimentar e o desenvolvimento socioeconômico. Já a agricultura de precisão e a tecnologia baseada em ciência ganharam destaque por elevar a produtividade e reduzir em 50% o preço dos alimentos.
A ONU ressaltou ainda que a produtividade brasileira aumentou 386% e a área agrícola apenas 83%. Isso significa a preservação de 120 milhões de hectares de floresta.
“A chave para isso foi o investimento do Brasil em políticas públicas relevantes e tecnologia de base científica”, informou o relatório, que também destacou a promoção da agricultura baseada na intensificação sustentável, a inovação tecnológica, a adaptação às mudanças climáticas e a conservação dos recursos naturais”.
Ainda de acordo com o documento, “o Brasil pretende continuar esses esforços e usar oportunidades de cooperação, intercâmbio de conhecimento e apoio multilateral como estratégias-chave para alcançar o desenvolvimento sustentável e a segurança alimentar”.
Mas, as mudanças não ocorreram apenas na ONU. Em matéria publicada pelo Valor Econômico em 4 de junho, da autoria de Marcos de Moura e Souza ficam bem claras as mudanças que se aproximam:
“Depois de décadas de experiência com fornecedores de insumos localizados na Ásia, em especial, na China, multinacionais americanas e também europeias podem estar num momento de mudança. Pressionadas pelas dificuldades de logística que surgiram no início da pandemia, muitas empresas passaram a considerar fornecedores que não estejam tão distantes. E esse é um movimento que deve ser encarado como uma oportunidade de ouro pelo Brasil e para outras economias da América Latina” …
O banco leva em conta um cenário otimista para e economia brasileira e prevê aceleração do investimento estrangeiro e aumento do ritmo das exportações. “Eu não tenho menor dúvida que, ao virar a página da pandemia, haverá um aquecimento da economia brasileira muito promissor. E nós, como BID, queremos ser sócios para ajudar nesse crescimento.”
São essas as linhas gerais da leitura que Mauricio Claver-Carone, o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) desde outubro, faz de um dos reflexos da crise da covid-19.
Tudo isso em decorrência do esforço do admirável povo brasileiro e da coragem e resiliência do Agro cuja cadeia de abastecimento e as exportações não foram interrompidas durante essa desgraça da pandemia que ceifou tantas vidas, um exemplo para o mundo. A economia começou a reagir voltando a crescer graças ao aumento do PIB do Agro que vem dando sustentação, alimentando o PIB nacional e gerando empregos.
A campanha da União Europeia, que nos tem sido tão prejudicial, voltou os holofotes do mundo em direção ao nosso país que começou a nos examinar com mais cuidado. O resultado foi a verificação que campanha a era indevida e que somos um país com um potencial de crescimento fenomenal. Como diria Pero Vaz de Caminha, se vivo fosse, em nova carta – aqui nestas terras tudo que se investe dá grande retorno.
O Congresso Nacional com visão desenvolvimentista tem legislado em favor do crescimento do Agro e do país, apesar de algumas minorias buscarem reverter decisões tentando converter o STF em Tapetão. Temos sim que tomar muito cuidado para que a oportunidade não se perca em função de decisões judiciais esdrúxulas que contrariam a nossa Constituição e atropelam o ordenamento jurídico. É preciso chamar a atenção para decisões que relativizam a propriedade privada impedindo a reintegração de posse de propriedades invadidas e que já favorecem um novo surto de invasões. Há notícias alarmantes da formação de grupo armado em determinada região, inclusive, tentando cooptar pessoas mais pobres das cidades interioranas para participar das invasões. É cláusula pétrea da nossa Constituição a inviolabilidade da propriedade o que significa que tal direito não pode ser relativizado. O que mais assusta e afasta os grandes investidores internacionais são os países sem segurança jurídica.
Lembrando sempre aos leitores urbanos que a relativização da propriedade privada no campo é o primeiro passo em direção às cidades. Que tal meu caro leitor você chegar no seu belo apartamento e lá encontrar uma família ou várias instaladas e você impotente para retira-las? É exatamente o que irá acontecer no campo e nas cidades. Caso haja dúvida vamos recordar de vários proprietários que no passado foram expulsos de suas propriedades sob a mira de armas de fogo. Fiquem certos que as coisas mudaram, os proprietários rurais de hoje estão armados legalmente e qualquer reação sangrenta será fruto da prática de autodefesa. Será isso que as autoridades brasileiras querem? Não há paz onde o direito de propriedade é constantemente relativizado.