A coisa está meio bagunçada, né Lula? Do lado que está, alguns não estão se entendendo e do lado que vai chegar, que é o seu, quase ninguém se entende. Uma correria monstra pelo poder. Queira Deus que nada venha a cair em colo de ex-governador que fez carreira iniciada na garupa. E você sabe, quem está em garupa não governa rédea. Covas foi para cova, ele se sentou no arreio e custou a sair. Cuidado.
Mas, semana anterior passada, a bagunçada foi pelos lados do Mato Grosso. Baralhada mesmo, bem própria de quem não procura o saber antes de fazer. Esta idiota questão do mercúrio de mineração, tornou-se apenas uma ferramenta de uso político. No passado na disputa entre garimpeiros e empresas de minerações e no presente, de mineradores e ambientalistas. Uma inconsequência sem fim, inclusive levada a efeitos por pseudocientistas que usam nome de instituições respeitáveis e marcantes na vida nacional.
No evento mato-grossense recente, lá se foi até o envolvimento do departamento científico de nossa Polícia Federal. Engraçado que vai todo mundo por rumo, sem nenhum embasamento comprovadamente científico que justifique um alarde deste com criação de um pânico social da envergadura que tem tomado. Se destinado tais tempos e recursos ao combate de tragédia nacional que são as drogas, como o fazem à mineração, maior seria o benefício social e geral.
Chegou a hora Lula, de se iniciar em nossa nação a cobrança de responsabilidades não só jurídicas, sociais, como técnicas e científicas. Espero que você venha por cobro nessa irresponsável orgia “legalista” que temos vivido em todo o país fazendo as coisas se tornarem legais com apenas o desejo de quem manda, inclusive produzindo leis que são descaradamente ilegais para aplicação a grande parcela da sociedade nacional. Montou se imenso teatro exibindo ações e reações em tantos “causos” que fica notória a insensatez administrativa que tem assolado a nação brasileira.
Deixemos este circo e asneira “cientifica” para lá e voltemos a outro de real importância e interesse. Questão indígena, assunto em minha última carta a você.
Ianomâmis como exemplo. São 29 aldeamentos cujos números não ultrapassam 6.500 almas viventes, embora o órgão assistencialista que andou gerindo a saúde deles, no desvio de um dinheiro e na denúncia contida deste desvio, fez constar que 10 mil crianças ficaram sem atendimento de saúde. Por que numa coisa tão séria existe a necessidade de se mentir? Vão gostar de inventar números assim lá nos quintos dos infernos. Estude bem esta etnia como a outras, antes que venham tomar qualquer providência enganosa em relação a elas. Retire da frente o “cuidado” e ótica de envolvidos como interlocutores e vá diretamente a eles. Você vai ficar surpreso; nada tão diferente do que se publica.
Como visão real vou antecipar a você para que veja a distância das informações divulgadas. A sociedade nacional jamais recebeu notícias de acontecimentos maus ou ruins com relação aos ianomâmis do alto Rio Negro, que foram sempre coordenados e catequisados pela ordem dos Salesianos. Muitos deles até servindo a nosso exército e convivendo muito bem com extrativistas e sociedade local.
Os de Roraima se formam em comunidades autônomas, sendo que duas delas organizadas por outra ordem religiosa extremamente politizada, onde estão os únicos representantes daquela tribo que são extremamente gordos e bem alimentados que só. E eles se arvoram em falar por todos, os magros. Toda hora denunciam problemas, tiros, massacres, mortes, fatos quais, que nem nossa esforçada Polícia Federal jamais conseguiu comprovar. Os outros aldeamentos sequer se ajuntam a estes e não se dão. Nenhum deles. O esporte preferido da moçada, levando-se em conta que o índio ianomâmi é uma máquina de transar, é uma comunidade roubar mulher da outra. Tem aldeia lá com quase 30 indígenas que só tem duas mulheres. Culturalmente, mulher para ianomâmi é para uso, capital e trabalho. Se grávidas, ao parir, tendo outro ao colo, matam impiedosamente o nascituro. Não discuto, questão de sobrevivência, só dá para um. Se elas ficam velhas, em excepcionalidade, pois a expectativa de vida média deles é de 32 a 35 anos, ao perderem o calor e viço, sem homem que as mantenham e não dando mais para o serviço, são abandonadas na floresta para completarem o ciclo da vida alimentando os animais.
Interessante Lula que é um povo muito prático, a conta deles é feita por noites dormidas, se perguntados quanto tempo de caminhada, respondem pelos descansos noturnos. Na linguagem deles, apenas 300 vocábulos e se usando mãos e outras mímicas para conjugações. Pelas constantes discórdias entre si, marcam até dia, hora e local para troca de pancadas. Antigamente matar não valia, agora parece que pode tudo. Aprenderam, né?
Eles, nos anos presentes ocupam uma mesma área (enorme) em que, os agora nominados apenas como garimpeiros, também estão desde os anos 70, alternando em maiores e menores números. Índios, lá não estavam, indo sim, atrás de sustento e socorro, tangidos pela terrível baixa imunidade que os afligem, tanto agravada por alimentação deficiente em região mineralizada.
Entretanto, boa parte deles conheceram aviões, ferramentais, espingardas e cartuchos (são excelentes fabricantes de cartuchos), muitos desprezando facões, arcos e flechas e conhecendo mimos de nosso consumo. Os xamãs deles estão meio perdidos em mundo novo e eles agora precisam de nossos doutores como outros desejos poucos, mas diferentes. Ainda para que você saiba, a grande descoberta mundial do Viagra, este você conhece, com ativo químico diferente, na verdade começou com eles, que usam a séculos a iacuna, o que lhes dá um tremendo poder de virilidade.
Lula, índio no Brasil não deve ser para o que a gente quer. Que se procure lhes dar nacionalidade e direitos reais, terminando inclusive com porta-vozes e lideranças espúrias, ao uso simplesmente de ganhos e empregos em desejos próprios na política nacional.
De ciência a indígenas, o Brasil precisa aprender a conhecer, numa boa.