Lemos diariamente as opiniões sempre mudando, principalmente quando não são baseadas em estudos científicos sem ser submetidos à aprovação de cientistas sérios. O maior exemplo desta afirmação são as publicações ‘pseudo científicas’ sobre o aquecimento global e alterações climáticas feitas sem base cientifica sólida que, entretanto, convence aos governantes menos esclarecidos que não possuem assessorias com nenhuma formação científica séria que não filtram ou analisam as informações. Quem paga a conta das consequências é sempre o povo que acredita em tudo e é incapaz de contestar seus governantes por total falta de conhecimento do assunto.
Ênio Fonseca, Engenheiro Florestal, Senior Advisor em questões socioambientais e Dárcio Calais, Eng. Florestal, Atuou na Cia. Ferro Brasileiro – Caeté – MG, Florestas RIO DOCE S/A, no artigo “Carvão vegetal é verde e sustentável?”, publicado em 10/03/2023 mostra claramente mudança de opinião, no site de Direito Ambiental, que transcrevo alguns trechos.
“Até há bem pouco tempo, a sociedade brasileira manifestava uma percepção predominantemente contrária à produção de carvão vegetal. Essa posição foi mantida por muitos anos e ela bem poderia ser resumida no título deste Seminário do ano de 2012: “Combate à Devastação Ambiental e Trabalho Escravo na Produção do Carvão Vegetal de Uso Siderúrgico no Brasil”, promovido pela WWF-Brasil e Instituto Ethos.
Hoje em dia, a gestão das atividades associadas ao carvão vegetal, tanto aquelas que precedem sua produção, amparadas na silvicultura sustentável e nos processos de carbonização, quanto aquelas que se apresentam na sua cadeia produtiva final, encontram-se cobertas por um abrangente arcabouço legal, ambiental, trabalhista, de saúde e segurança do trabalho. A siderurgia a carvão vegetal – aqui representada pela produção de ferro-gusa e pelas usinas integradas a aço – constitui, obviamente, a maior consumidora desse carvão. Na metalurgia, o destaque vai para a indústria de ferroligas. Cocção de alimentos, indústria médica e farmacêutica e da beleza, geração de energia, cimenteiras, cerâmicas, gases industriais e forjas artesanais são também expressivos consumidores de carvão vegetal.
O aço verde é um material desenvolvido no Brasil e que tem como principal singularidade o processo produtivo ecológico. Isso significa, na prática, que ele é produzido por meio de carvão vegetal, sem a necessidade de utilizar combustíveis fósseis. O aço é um dos materiais mais utilizados no mundo. Com 1,83 bilhão de toneladas desta liga de ferro produzidas em 2022, é um dos principais elementos usados em automóveis, edifícios e objetos cotidianos, como talheres ou ferramentas, entre outros. Além disso, mais de seis milhões de pessoas são empregadas diretamente em sua fabricação. Só a produção brasileira de aço bruto em 2022 atingiu 33,98 milhões de toneladas.
Sua fabricação é feita em altos-fornos que utilizam combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural) para atingir as elevadas temperaturas e reações químicas necessárias. Isto origina aproximadamente 7 % das emissões de CO2 causadas pelo homem em nível mundial. No Brasil, além de uso consolidado de uma matriz elétrica preponderantemente verde, os caminhos são o uso do carvão vegetal e do hidrogênio verde para a descarbonização e produção do aço verde, escrevem Camilla Oliveira, Marina Azevedo e Philipp Hauser, no site EPBR, visitado em 15/02/2023.
Os autores afirmam que a indústria siderúrgica é fundamental para a construção de uma economia de baixo carbono. A ampliação da geração renovável e a construção da infraestrutura necessária para a neutralidade e resiliência climática das nossas sociedades demandam crescentes volumes de aço. No entanto, a produção mundial em torno de 1,9 bilhão de toneladas por ano ainda depende de combustíveis fósseis e gera 8% das emissões globais de GEE. Para o Brasil isso representa uma oportunidade. Se o país for capaz de atrair os investimentos necessários, ele pode produzir aço verde de forma competitiva e, assim, impulsionar o plantio de florestas e o desenvolvimento de uma economia nacional de hidrogênio, afirmaram os autores.
Numa média histórica, aproximadamente 23% do ferro-gusa no Brasil é produzido usando do carvão vegetal como termo redutor. A indústria mantém mais de um milhão de hectares de floresta plantada para assegurar a produção contínua desse insumo. Além de permitir uma produção neutra em carbono, o carvão vegetal produz um gusa diferenciado devido à ausência de impurezas. Esse gusa é usada para a produção de peças de fundição ou de aço nas indústrias nacionais e internacionais. Na produção do aço brasileiro a participação do carvão vegetal é de 10% e se concentra em produtos especiais, como por exemplo aço inox e tubos de alta resistência.
A produção de carvão vegetal auxilia na remoção e estocagem de carbono durante o ciclo de crescimento das florestas plantadas para a sua produção e, de acordo com o Relatório Anual da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ, 2021), a partir de cálculo adaptado do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), esta matéria-prima estoca 85% de carbono em sua massa, potencializando a descarbonização das indústrias produtoras de aço.
O carvão vegetal ativado é uma forma processada do carvão comum, tratado com oxigênio em altas temperaturas, aumentando a quantidade de poros, e tem larga utilização em outros segmentos como a medicina, indústria farmacêutica e de beleza. O Dr. Juliano Pimentel, em seu site https://drjulianopimentel.com.br/alimentacao/carvao-ativado-beneficios-e-uso/ afirma que ‘O carvão ativado é um tratamento natural potente usado para capturar toxinas e produtos químicos no corpo, permitindo que sejam liberados para que o corpo não os reabsorva.’
Um dos usos mais populares de carvão ativado é para o tratamento seguro e eficaz de envenenamento e overdoses de drogas. É usado em centros de trauma de emergência em todo o mundo. Além disso, é usado para reduzir o inchaço e gases, reduzir o colesterol, tratar os problemas de fluxo biliar com segurança durante a gravidez e até mesmo evitar ressacas.”
O artigo dos competentes autores é longo e recheado de argumentos. Preferi transcrever alguns trechos para que o leitor possa entender o nível de desconhecimento científico de certas ONGs internacionais utilizam para criticar e desmerecer o agro brasileiro. No caso o artigo é bem claro ao derruba os argumentos, com dados científicos sólidos, da argumentação da WWF-Brasil, Ong internacional cujo principal mote, a serviço de seus senhores, é criticar o agro brasileiro.
O provérbio originalmente do Grego e passou por muitas línguas até chegar ao Brasil, com uma passagem pelo Italiano: “le bugie hanno le gambe corte, as mentiras têm as pernas curtas”
Carvão sustentável
