Todos os que acompanham os artigos que publico sabem que tenho uma luta constante em favor de preservação do meio ambiente decente, honesta e compatível com a nossa realidade contra os extremismos e inverdades pregados de ‘Ceca a Meca’ pelo ambientalismo que importamos e que nos prejudica de todas as maneiras, principalmente por sabermos que o Brasil é um gigante ambiental.
Mas voltemos a tratar dos 2/3 do iceberg onde moram os temas obscuros. Volta e meia alguém ‘levanta o pano’ e nos permite ver o que foi escondido debaixo do tapete. Foi o que fez Vijay Jayaraj, pesquisador associado da CO2 Coalition, com sede em Arlington, Virgínia. Possui mestrado em ciências ambientais pela University of East Anglia, Inglaterra e mora em Bangalore, na Índia, em artigo publicado em 16/12/2021, no site AG-American greatness, sob o título “O Leste critica o ‘colonialismo’ climático do Ocidente”. Seguem alguns trechos:
“Os recentes comentários explosivos do primeiro-ministro indiano Narendra Modi sobre as elites ocidentais e suas noções sobre política climática não são surpreendentes para quem tem observado de perto a oposição da Índia e da China à pressão ocidental por políticas contrárias aos objetivos econômicos dos dois países.
“A mentalidade colonial não se foi”, disse Modi em um evento do Dia da Constituição. “Estamos vendo nas nações desenvolvidas que o caminho que as fez desenvolvidas está sendo fechado para as nações em desenvolvimento. Se falarmos de emissões cumulativas absolutas [de carbono], as nações ricas emitiram 15 vezes mais de 1850 até agora. . . A emissão per capita também é 11 vezes maior nos EUA e na UE.”
Ministros seniores no passado chamaram a atenção para a natureza colonial da política climática. Esta é a primeira vez, no entanto, que Modi recorda publicamente neste contexto o colonialismo dos séculos 18 e 19, quando os países ocidentais negaram direitos básicos e autonomia à Índia e outras colônias.
O imperialismo do carbono não é um mito. O sucesso econômico da sociedade ocidental moderna é fruto da Revolução Industrial impulsionada pelos combustíveis fósseis. Mesmo no século 21, todas as principais economias desenvolvidas dependem desses combustíveis para as necessidades de energia primária. Negar o mesmo crescimento para os países em desenvolvimento é hipocrisia tingida com o colonialismo sob o qual destinos de bilhões foram decididos pelos líderes do Ocidente industrializado.
“Tentam-se fechar o caminho e os recursos para as nações em desenvolvimento através das quais as nações desenvolvidas chegaram onde estão hoje”, disse Modi. “Nas últimas décadas, uma teia de terminologias diferentes foi tecida para isso. Mas o objetivo sempre foi parar o progresso das nações em desenvolvimento. A questão do meio ambiente também está sendo tentada para ser sequestrada para esse fim. Vimos um exemplo disso na recente Cúpula da COP26. . .. Hoje nenhuma nação existe como colônia de qualquer outra nação. [Isso] não significa que [a] mentalidade colonial acabou. . . Ainda assim, a Índia recebe palestras sobre conservação ambiental.”
Modi também convocou ativistas indianos, formuladores de políticas e organizações que defendem uma postura anticombustível fóssil. Culpando-os por impedir o progresso, ele disse: “Infelizmente, também temos essas pessoas em nosso país que impedem o desenvolvimento da nação em nome da liberdade de expressão sem entender as aspirações da nação. Essas pessoas não suportam o peso, mas as mães que não recebem eletricidade para seus filhos suportam.”
Modi está certo. Centenas de milhões na Índia não têm acesso a eletricidade ininterrupta. O que as pessoas nos países desenvolvidos consideram garantido ainda é um luxo para milhões na Índia. As mães fazem trabalho manual por horas, as crianças não têm eletricidade para estudar para os exames e as indústrias perdem milhões de dólares em equipamentos danificados por energia não confiável. A interrupção da eletricidade impede até mesmo procedimentos médicos em hospitais rurais. Sem eletricidade confiável, a Índia não pode alcançar o crescimento econômico acelerado necessário para tirar 300 milhões de pessoas da pobreza.”
É preciso que se observe que as declarações transcritas no artigo não são de autoria do articulista e sim do primeiro-ministro indiano Narendra Modi, o que dá um peso inédito ao que foi dito. O primeiro Ministro mostrou ao mundo os 2/3 restantes do que há por trás de toda a campanha ambiental tão divulgada.
Fico feliz que, finalmente, o que tenho escrito sobre as ambições colonialistas da União Europeia esteja sendo corroborado pela autoridade maior do segundo país mais populoso do mundo. Além do mais mostrou que a Índia, assim como o Brasil, tem sofrido sanções em função do ambientalismo colonialista. A postura do Ministro Indiano deveria ser seguida por todos os países em desenvolvimento que ele tão bem defende.
É preciso relembrar que a Índia é nossa parceira no BRICS, organização cujos países membros com as populações somadas detém mais de 50% dos habitantes do planeta.