A 54ª Expofeira, que acontece entre 30 de agosto e 7 de setembro de 2025, no Parque de Exposição da Fazendinha, com o lema “Amazônia sustentável e desenvolvida”, surge como o maior evento econômico da história do Estado, projetando movimentar cerca de R$ 1 bilhão em negócios. O salto é emblemático: se a 52ª edição marcou o retorno da feira como um divisor de águas, agora o desafio é consolidar o espaço como uma verdadeira “cidade business”, conectando agronegócio, comércio, indústria, construção civil, ciência, tecnologia e cultura. Como destaca o economista Ricardo Amorim, “o desenvolvimento regional exige não apenas produção, mas também inteligência coletiva e atração de investimentos estruturantes”, e é exatamente essa a lógica que a Expofeira pretende sedimentar, transformando-se em um hub permanente de negócios na Amazônia.
O agronegócio, mais uma vez, desponta como protagonista. Após consolidar sua vocação no debate nacional, o setor volta à Expofeira com pautas voltadas para inovação, exportação e sustentabilidade, dialogando com a política ambiental do Amapá. O ex-ministro Aldo Rebelo, que em edições anteriores ressaltou o equilíbrio entre preservação e produção, sintetiza bem esse momento ao afirmar que “a Amazônia não é um obstáculo, mas um ativo estratégico do Brasil diante do mundo”. Nesse sentido, o Amapá, com mais de 70% de suas áreas sob proteção ambiental, ganha ainda mais relevância: ao articular um modelo de desenvolvimento verde, pode transformar suas restrições em oportunidades, atraindo investidores comprometidos com as agendas globais de ESG e bioeconomia.
Mas a força da Expofeira não se limita ao agro. A construção civil busca consolidar sua inserção em projetos estruturantes do Estado, em sintonia com os investimentos federais. A ciência e tecnologia, que em 2023 ensaiavam seu espaço no evento, agora avançam com startups locais, universidades e centros de pesquisa, apresentando soluções digitais para logística, biotecnologia e gestão urbana. Como observa o sociólogo Milton Santos, “o desenvolvimento só é autêntico quando se ancora na produção de conhecimento local articulada ao global”. É exatamente isso que a feira busca catalisar: a construção de uma economia do conhecimento no coração da Amazônia. Paralelamente, a programação cultural, com artistas nacionais e regionais, garante a mistura de negócios e entretenimento, fortalecendo a identidade social e cultural do evento.
O impacto da 54ª Expofeira transcende o calendário econômico: ela se coloca como uma estratégia de Estado para dar ao Amapá um rumo definitivo de desenvolvimento, segundo pontua entusiasmado o governador Clécio Luís. A proposta de criar no Parque de Exposições uma “cidade business” permanente pode significar o nascimento de um novo polo amazônico de negócios, com capacidade de atrair investimentos, sediar eventos internacionais e consolidar o Amapá no mapa da inovação e do agronegócio sustentável. Como lembra o filósofo Amartya Sen, “o desenvolvimento é, antes de tudo, a expansão das liberdades e oportunidades”. A Expofeira, nesse sentido, não é apenas uma vitrine econômica, mas um projeto civilizatório, capaz de alavancar o Estado e colocá-lo como referência em desenvolvimento sustentável e integração produtiva. A hora não é apenas agora: a hora é do futuro.
A 54ª Expofeira: A “Cidade Business” que projeta o Amapá para o futuro
