Hoje, 02 de março de 2025, completa um mês da realização do sonho de assistir a um jogo do meu time do coração no estádio porque para quem mora em Macapá, capital do Amapá, a viagem até o Rio de Janeiro ou Brasília pra assistir o Flamengo tem um custo muito alto para nós, nortistas.
Voltando um pouco para o ano de 2023, tinha prometido a mim mesmo: “Ano que vem irei assistir a um jogo do Mengão no estádio, de preferência no Maracanã”, mas não consegui assistir ao jogo do Flamengo com o Sampaio Corrêa pelo campeonato carioca ocorrido em Belém e a nenhum dos demais jogos de 2024 por diversas razões.
Quando o Rubro-Negro ganhou a Copa do Brasil em novembro do ano passado, levantando pela 5ª vez a taça de Campeão, surgiu novamente a oportunidade de assistir a um jogo do Flamengo no estádio Mangueirão, em Belém do Pará, cidade onde morei por seis anos e onde tenho parentes e amigos como todo bom amapaense (na realidade, uma das peculiaridades de nossa região é justamente essa, normalmente um amapaense possui parentes ou amigos em Belém e vice-versa).
Ciente do local e da data do jogo da Supercopa do Brasil, tratei de comprar as passagens para mim e meu filho mais velho, também flamenguista, marcando a chegada em Belém para o dia 29 de janeiro. Coincidentemente algumas semanas após a compra das passagens surgiu a necessidade de reunir com um cliente em uma cidade localizada no sul do Pará no período da viagem para assistir ao jogo, reunião na qual meu filho também me acompanharia.
Para participar da reunião teríamos que ir de carro em uma viagem de mais de 14 horas e para não perder a reunião e nem o jogo, o plano traçado foi pegar a estrada no dia 30 de janeiro, retornar no dia 31, tirando o dia 01 de fevereiro para descansar e resolver o que faltasse para ir ao jogo.
Após comprar os ingressos fiquei sabendo que o uniforme de 2025 estaria disponível para venda quando estivéssemos na estrada a caminho do compromisso profissional e o risco de não conseguirmos comprar o novo manto sagrado deu um desânimo temporário na preparação para assistirmos à disputa do título da Supercopa do Brasil.
Após comentar com minha esposa sobre a venda do manto, ela pesquisou nas redes sociais e verificou que as lojas oficiais do Flamengo em Belém estavam realizando a pré-venda, ou seja, poderíamos pagar pelos uniformes antes e pegarmos após retornar do compromisso profissional. Seguimos esse plano e no dia 29, mal deixamos as malas no apartamento fomos à uma loja oficial concretizar a compra dos uniformes iniciada com um vendedor pelo whatssap.
Sábado, 01 de fevereiro, ingressos, mantos sagrados, tudo pronto e junto a ansiedade de chegar o dia seguinte para podermos assistir ao jogo acabou por nos fazer dormir tarde da noite.
Domingo, 02 de fevereiro, saímos por volta das 10:30 do apartamento para almoçarmos em uma churrascaria próxima ao estádio sem não antes enfrentarmos uma fila de mais de meia hora para entrar e outra para pagar a conta pois assim como nós, outros torcedores também tiveram a mesma ideia de almoçar ali e depois seguir andando pro estádio.
Desde a chegada na arquibancada passamos a cantar o hino e as demais canções do nosso time junto com toda a torcida e a emoção se fez presente fazendo-me chorar algumas vezes. Assistimos ao show de abertura, ao aquecimento dos times e ao início da partida. Vi as nuvens se formando e a tradicional chuva da tarde paraense estava caindo há alguns minutos quando o Bruno Henrique sofreu pênalti. O próprio jogador bateu e fez o gol, único filmado por mim por querer me permitir assistir à maior parte do jogo sem outras preocupações como segurar um celular para filmar os lances do jogo.
A partida foi suspensa por causa da chuva, trazendo o nervosismo ao sentir a possibilidade de suspensão do jogo para outra data. Na primeira avaliação do campo após a suspensão ainda chovia muito e o gramado se encontrava bem encharcado, na segunda avaliação a chuva já estava bem fraca e o gramado não estava mais encharcado graças ao sistema de drenagem, somente em parte da área dos dois gols houve a necessidade de realizar uma drenagem com rodos. Ô sistema pai d’égua porque foi muita água.
O jogo reiniciou, o Flamengo fez mais dois gols e vimos o gol de misericórdia do adversário. Logicamente antes de terminar a partida e com a vantagem no placar nós, torcedores rubro-negros, passamos a cantar os hinos de Campeão, comemoramos muito quando a premiação foi entregue aos jogadores do Mengão e a festa continuou durante a saída do estádio.
Fui realizar um sonho e hoje me dou conta de ter realizado três: ver um jogo do meu time no estádio, levar o meu filho para assistir a um jogo do Flamengo e ver o meu time campeão.
Assim como eu, outros rubro-negros conseguiram ir à Belém para assistir ao jogo do Flamengo no Mangueirão, cada um teve a sua estória para chegar lá, alguns viajaram 24 horas de barco como o pessoal que saiu daqui de Macapá de navio, outros torcedores foram de ônibus fretado como os vindos dos Estados do Maranhão, Piauí, Recife e etc e claro, os cariocas também estavam presentes.
Esse jogo ficou marcado na minha vida e tenho certeza que na do meu filho também, espero poder assistir a outros jogos e poder levar o caçula, o outro flamenguista da família.
Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.
Macapá-AP, 02 de março de 2025.