A obesidade é um dos fatores que mais agravam as doenças reumáticas. Ela aumenta a inflamação do corpo, sobrecarrega as articulações, reduz a qualidade do sono e favorece problemas metabólicos, como o diabetes tipo 2. Em pessoas com doenças reumáticas, esses elementos se somam e dificultam o controle da dor e a resposta ao tratamento.
Obesidade, inflamação e doenças reumáticas
O excesso de tecido adiposo produz substâncias inflamatórias que intensificam doenças como:
• artrite reumatoide,
• lúpus,
• espondilite anquilosante,
• artrite psoriásica.
Ao mesmo tempo, o peso elevado sobrecarrega e desgasta as articulações, piorando:
• artrose de joelhos,
• artrose de quadris,
• artrose e dor na coluna.
Em muitos casos, perder peso significa controlar melhor a doença reumática, reduzindo dor, rigidez e inflamação.
Fibromialgia e obesidade: impacto direto na dor e no bem-estar
A fibromialgia tem uma relação particularmente forte com o excesso de peso. A obesidade:
• piora a qualidade do sono,
• intensifica a fadiga,
• aumenta a sensibilidade à dor,
• dificulta o exercício físico,
• reduz o bem-estar emocional.
Pacientes com fibromialgia que conseguem perder peso relatam melhora significativa na dor, na disposição e no sono, tornando o tratamento mais eficaz. Em muitos casos, a redução de peso é um divisor de águas no controle da doença.
Obesidade, diabetes e dor: uma combinação perigosa
A obesidade é uma das principais causas de diabetes tipo 2.
E o diabetes, por sua vez, traz manifestações dolorosas que muitas vezes se confundem com queixas reumatológicas.
Polineuropatia diabética
Pacientes com diabetes e obesidade podem desenvolver:
• queimação,
• formigamento,
• dormência,
• câimbras,
• dor em queimação nos pés e pernas.
Com perda de peso e controle glicêmico, os sintomas tendem a melhorar significativamente, podendo até regredir nos quadros mais leves.
Síndrome do túnel do carpo
Muito comum em diabéticos e obesos, causa:
• formigamento,
• dormência,
• perda de força nas mãos.
A perda de peso e o controle da glicemia frequentemente resultam em melhora importante — e até remissão dos sintomas.
Exercício supervisionado: parte do tratamento
A combinação de emagrecimento com atividade física orientada é uma das estratégias mais eficazes em reumatologia. Ela melhora:
• dor,
• força muscular,
• flexibilidade,
• mobilidade,
• humor,
• sono,
• e a inflamação sistêmica.
Em artrose de joelhos, quadris e coluna, perder peso tem impacto maior que qualquer tratamento medicamentoso de uso contínuo.
Menos corticoide, mais tratamento correto
O uso inadequado de corticoides — especialmente injetáveis aplicados por conta própria — piora o ganho de peso, eleva a glicemia, favorece infecções e causa efeitos graves a longo prazo.
Por isso, o reumatologista:
• prioriza tratamentos corretos com drogas que modificam o curso da doença, como DMARDs e imunobiológicos,
• evita corticoides quando possível,
• e orienta o paciente para estratégias seguras de emagrecimento.
Equipe multidisciplinar: emagrecer é parte do tratamento
O reumatologista frequentemente trabalha com:
• endocrinologistas,
• nutricionistas,
• psicólogos,
• educadores físicos,
• cirurgiões bariátricos.
O objetivo é claro: emagrecer para controlar melhor a doença reumática.
Medicações para emagrecer: por que às vezes o próprio reumatologista prescreve?
Pacientes reumáticos utilizam esquemas complexos — imunossupressores, imunobiológicos, analgésicos, corticoides — exigindo cuidado com interações medicamentosas.
Por isso, não é incomum que o próprio reumatologista prescreva:
• orlistat,
• sibutramina,
• medicamentos que reduzem ansiedade e compulsão alimentar,
• e as modernas canetas emagrecedoras (Ozempic, Mounjaro).
O objetivo é integrar o manejo reumatológico ao controle metabólico e ao processo de emagrecimento.
Conclusão
Perder peso não é apenas uma recomendação: é tratamento.
Reduz inflamação, melhora o diabetes, diminui neuropatias, alivia a sobrecarga articular, melhora o sono, reduz a dor na fibromialgia e aumenta a eficácia das medicações reumatológicas.
Para muitos pacientes, emagrecer é um dos passos mais importantes para controlar a doença reumática e recuperar qualidade de vida.

