Não me estranhes. Não falarei de flores nem de amados amores, nem das manhãs que se anunciam com cantos enternecidos ou das noites que se prenunciam como um conto de fadas, lendas, ou mesmo com o moderno encanto de sonhos platinados, digamos, de vidas repaginadas, “abracadabra”.
Isso ocorre pelo espanto, quase pranto, do meu olhar absorto a vasculhar o mundo mundano contemporâneo dimensionada a confusão que a sociedade atravessa. São direções imprecisas com relações desconexas. Observo que as pessoas criam para si diferentes realidades, talvez para disfarçar o estado de insegurança ou sobreviver aos estágios de estupor das frustrações tantas em uma época na qual o que impera é o status ter e as lideranças políticas (governantes ) são , no geral, há exceções honrosas, um desastre. Um total desastre abafado, quando não camuflado, e redirecionado por bajuladores e servis midiáticos.
Não acredito em um caleidoscópio político estruturado sob os guarda-chuvas de “direita” e “esquerda”. Ambas meras fantasias oportunistas de rótulos vazios.
A humanidade precisa transformar o espectro político de suas proposições, redefinir definições (pleonasmo proposital), rever concepções, remodelar-se e reconectar-se com a realidade palpável dos milhões de habitantes do planeta; pois, somente assim conseguirá emergir da pirambeira na qual rola para o abismo, a retrogradação.
Em um cenário no qual Muito se fala em “valores”, “conservadores”, “progressistas” e outros termos com significados vazios ou confusos. Sejamos honestos. Conosco, minimamente cada um consigo. Valores? Quais valores? Conservadores. Conservar o quê? Progressistas. Progredir para onde?
Não é uma simples questão de trocas partidárias. É uma urgente urgentíssima questão de revisão humanitária. Mergulhar sem medo no senso de humanidade. Quisera eu que fosse um mergulho no Amor, mas nem Jesus conseguiu que seu povo fizesse isso. Então, por uma questão de inteligência, mergulhemos nós no bom senso.
É preciso coragem para sacudir a poeira secular? Sim, é preciso. Mas aos covardes resta os restos e a companhia dos ratos.