Respeitem a mulher! Ouve-se em uníssono:
nas ondas do mar e no encontro dos ventos;
no sibilar das chamas e nos aromas dos ares.
É o grito e é o sussurro nas vozes dos cânticos,
dos martelos dos ferreiros, da argamassa dos pedreiros,
da rapidez dos lixeiros e das semeaduras dos jardineiros.
Nas redes ecoam tambores em círculos das florestas,
em rodas de samba, de cantadores, violeiros e serestas.
É o lado belo e bom das redes – a floração da humanização.
Aliás, no primeiro ato tudo era belo e bom na divina da Criação.
E criou Deus o homem à sua imagem,
à imagem de Deus o criou,
macho e fêmea os criou.
Será que algum religioso (a) leu na Bíblia essa frase?
Se a leram…
Porque insistem em considerar o “macho” superior à fêmea?
E não desistem de atribuir à mulher a subserviência, incompetência,
entre outras indecências – reino da incoerência.
Não são todos, mas muitos…
Há uma equidade absoluta, no ato criador, entre macho e fêmea.
Os criou macho e fêmea, criou aqueles feitos a sua imagem.
A imagem do Criador está no macho da mesma forma que está na fêmea.
Não se deixem enganar com cantilenas de dominação e blasfêmias.
Vamos deixar de bobagens e semear as flores da liberdade,
distribuindo abraços, em vez de preconceitos e mordaças.
Vamos sobrevoar o mundo com gentilezas circulares,
rompendo as teias das vis ameaças, do pão distribuído em migalhas,
das mulheres subtraídas de sua dignidade – vidas roubadas.
Há vozes.
Há vozes dos governantes aos carteiros,
dos construtores aos zeladores,
há o despertar de todas as gentes,
desde o “pobrecito” ao influente.
Há vozes nascidas da coragem,
ecoando além das miragens
nos pingos e respingos das ondas,
no eco seco ou prolongado das águas enviesadas cachoeira abaixo:
respeitá-la é sublime, é razão. É autopreservação.
Há um hiato, reticências e entre aspas,
Há um legado:
Ele (Deus) os criou a sua imagem (homem e mulher).
Não a violência contra as mulheres, contra os seres humanos,
contra a vida, contra a Mãe Natureza.
É urgente. É emergência.

