Manter a sanidade nos dias de polarização vigente é um ato de loucura!
Dirão muitos.
Ela, no entanto, continuava no seu ritmo acalentando a Esperança.
Lembranças de esferas e espirais deslizando em uma dança contagiante.
Então, de dentro de sua alma o amanhecer entoava cânticos de encantos:
“Ao clarear do dia ouve-se um suspiro e adormecem os pesadelos intrometidos.
Quando eu amanhecer da noite mal dormida, o sol será um sorriso”.
Pousada sobre o ombro da montanha, ela percorria os caminhos da aurora, lembrava aquele misterioso ser. Fixou o olhar, dourado olhar.
Olhava derramando amor nos canteiros em flor, nas trilhas dos caminhantes.
Um amor vivo, contagiante, que ficou pairando sobre as Eras.
Sério, sério, muito sério – pleno de compaixão – abrindo os caminhos do insondável em explosões de dons.
E de repente… era tudo tão lindo, tão belo.
Uma aquarela na tela da mente imanente e/ou permanente.
Talvez, transcendente…
E os loucos de pedra, que hoje imperam e atropelam multidões, sumirão.
Sumirão engolidos pelo esgoto do pretérito no qual estão absorvidos.