Seria possível, sequer necessário escrever inteiro artigo sobre ela, vez que, o título da pretensão já bem mostra o que isto vem a ser.
Talvez não entenda como eles, ou talvez por ter vivido fora dos salões em que viveram e vivem, possa acontecer que meus diferentes palpites tenham ou tragam alguma utilidade e novidade. Se o pensamento da COP for livre, tô dentro.
Corria a década dos 80, quando na cidade de Itaituba, vale do Tapajós-PA, estávamos eu, o velho companheiro Ivo Preto e seu filho de seis ou sete anos, ao qual então, não prestávamos muita atenção. Havíamos saído rumo ao comércio e o propósito era que Ivo comprasse uma geladeira. Lá chegando, Ivo Grande, foi escolhendo e isso feito, sem maiores avisos, teve sua ação contestada para nossa surpresa, pelo infanto juvenil acompanhante da hora.
O Ivo Pequeno, com firmeza disse: “compra essa não pai, ela usa gás fréon que está fazendo mal à camada de ozônio da nossa atmosfera”.
Espantado olhei para o “bostinha” perguntando onde havia aprendido aquilo, apesar
do assunto de camada de ozônio estivesse na moda. Interessei saber como havia ter chegado tal informação para aquele picurrucho. Inquirido, a resposta foi direta e reta, e como filho de mineiro disse: “uai, a professora lá na escola é que ensinou”.
Olha quantos anos lá se vão disso, e foi um dos bons aprendizados que recebi em toda minha carreira amazônica. Mesmo com 24.400 horas de voo, estudante envelhecido na arte da meteorologia, sendo crítico bastante mordaz das histórias dos rios voadores sem asas e outros contos imprestáveis da existência da floresta.
Aquele porqueira de menino acabava de me dar a lucidez para o melhor recado à humanidade. Avalizando, que se quem pode conservar ou prejudicar a natureza é o homem, é nele e tão somente nele que todos devem investir aos propósitos da qualidade de meio ambiente.
E ali também, não só percebi, mas criei a convicção que a mais poderosa ferramenta em defesa ambiental, é a educação e instrução do velho banco de escola.
No mais, é tanta besteira que escutamos, que até entendemos o porquê de tantos aristocratas e inúteis realezas e como eles políticos desocupados, que necessitando justificar seus ganhos e gastos, se dispõem a transformarem-se em professores de Deus amestrando sua obra.
Pois é, e essas carteiras do ensino tem faltado até aos originários, dos quais pouca gente conjectura em terem expectativa de vida tão baixa. Sujeitos a epidemias ou na continuidade de outros males. O próprio brasileiro, nem tão longevo, trinta, quarenta anos atras, a tinha por volta de cinquenta e sete, sessenta anos, se muito. O que mais vida lhe deu, agora setenta e seis, foi exatamente conhecimento e educação sanitária.
Em povos nativos, nota-se que a vida deles se alonga na proporcionalidade da cultura adquirida. Os ianomamis, a expectativa de vida é de 32, 34 anos, os mantendo com continuada obrigação, histórica de seus costumes a serem nômades. Não só pelos sazonais meios de sustento, mas por infectarem totalmente os lugares onde habitam; o que os obriga, com passar de meses darem o fora a outros lugares. Estudar apoliticamente o que fazer, governo nenhum quer saber.
Qualquer morador amazônico ou amazônida, bem sabe que por baixo daquela espetacular floresta há outra insistente e pequenininha que não consegue chegar à adulta porque os raios solares não comparecem para ajudar-lhes.
O próprio solo à medida que o tempo vai passando, vai se esterilizando completamente pela ausência da benfazeja e higienizadora luz solar. Como é sabido, certos parasitas fazem uma verdadeira orgia, esterilizando e inutilizando o solo.
Prosseguindo, sem falar mal das árvores, mas a continuar criticando a burrice alheia, é notável e qualquer cientista bem sabe que ao envelhecerem e manterem uma casca dura, elas invertem o processo, passando a aspirar o oxigênio exalando na atmosfera o famoso gás carbônico. Na honestidade, uma ação conhecida por muitos.
Assim como se deveria saber que o maior provedor da umidade na atmosfera e que promove o tão falado “rio voador”, não são absolutamente árvores, e sim os ventos equatoriais velozes e constantes no sentido leste oeste, carregando bilhões de toneladas (eita número bonito, Lula o adora) do líquido produzido conhecido como água pelo quente caldeirão oceânico do equador.
Aí sim, podem até chamá-los de oceanos voadores, embora nada tendo a ver ao que desejam. Mas, que fique muito claro que a floresta existe porque chove, e não chove porque ela existe.
Nosso presidente prometeu cooperar com um bilhão de dólares a um fundão que deverá aplicá-lo em trilhões e trilhões de palavras bonitas, discursos fantasiosos e verdades imprestáveis.
Se ele promete contribuir com este bilhão dolarizado a este fundo, é porque o temos, e longe de mim chamá-lo de mentiroso. Então, por que não investir essa dinheirama toda, que diz ter com tanta facilidade, no ensino, melhor qualificação e salários aos mestres, na juventude ou mesmo diretamente nos trabalhadores brasileiros que atuam com a cultura que tem? Nada está perdido ainda e acredito que a resposta seria mais rápida e ares ambientais agradeceriam. Fazendo ainda valer rigorosa e maior fiscalização sobre construtores e mantenedores de todas, pequenas ou grandes atividades econômicas.
Mas, como outra coisa não tem a ostentar, aliando-se as línguas de desocupados, tenho certeza de que vai preferir o caminho do discurso da sacolinha financeira. Abandonando a meta de instrução e educação básica aos jovens estudantes e diretamente aos trabalhadores autônomos ou não.
Embora não tenha sido o rei Charles nem sua mãe, que o tenham feito, o Rio Tâmisa, antigo esgotão londrino, está uma beleza. Em Nova Iorque, se bebe em seus bebedouros públicos, sem tratamento, águas advindas dos rios de nascentes naturais, em fazendas cujo povo foi educado para que elas sempre estejam saudáveis. E os nova iorquinos não sabem nem quem são eles.
De rio Tietê e Ipiranga, digo nada… a deputada eleita por São Paulo, agora ministra, deve saber mais que eu.
Afinal, seria uma ação bem mais prática que as empregadas por populistas, “cop-trintados”, ou dinheiro, vaidade e exibição de poder. Só isso…
BH/Macapá- 09/11/2025
José Altino Machado

