É conhecido que muitos brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil. Realmente, parece que é um vício falar mal do Brasil. Sabemos que todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos.
Eu cresci ouvindo que a Suécia e/ou Suíça eram países exemplares e que o Brasil era uma bagunça, um país de quinta categoria, tipo: casa da mãe Joana.
Quando eu estudava no ensino médio, uma professora de história fez uma pergunta para a turma:
- Vocês sabem por que o Brasil é um país de “terceiro mundo”? (termo usado na época)
- Não sabemos não. Respondeu um aluno pela turma inteira.
- É porque não há quarto e nem quinto.
Todos riram bastante, inclusive eu.
Bem! Como cidadão brasileiro, tenho o dever de defender o país onde eu nasci. A minha casa, a minha pátria, a minha terra natal. Percebi que algumas pessoas não concordam comigo. Defender aquilo que não merece defesa ou não tem como defender, seria uma luta inútil.
Que coisa engraçada é isso. Luta inútil? Quem disse que é inútil? Cada um tem o seu ponto de vista e conceitua o que é justo ou não, inútil ou não. A saber que: Um ponto de vista é, simplesmente, a vista de um ponto. Sendo assim, para mim é uma luta justa e não inútil.
Às vezes, a teimosia pode ser algo saudável e nesse caso eu serei teimoso em defender o meu país e toda a sua grandeza cultural, social e econômica. É aquela pessoa que fala mal de sua própria família, o lar em que ela nasceu. Nada em sua família presta. Pai, mãe, irmãos, irmãs, salvo alguns primos e primas, mas na maioria, ninguém presta.
Nesse caso me transformarei no Dom Quixote, aquele homem que lutava por aquilo que ele achava certo e mesmo assim não perdia a sua generosidade, bondade e lealdade ao que ele achava ser correto, mesmo que se achassem diferente dele ou que sua luta estava perdida.
Então pensei: - O que qualifica o Brasil ou o brasileiro, um povo de terceira, quarta ou quinta categoria?
Podem até dizer que o Brasil é um país de um povo indisciplinado e eu concordaria, mas às vezes, a indisciplina pode ser algo saudável, por exemplo, O nazismo deu certo na Alemanha porque os Alemães eram disciplinados, mas se fosse aqui, não daria certo, pois avacalharíamos logo de imediato.
Nós somos um povo cheio de energia, mesmo diante de tanto sofrimento e desigualdade. Nós somos um povo alegre e que está sempre sorrindo. Somos um povo receptivo àqueles que zombam de nós e mostramos a eles toda a nossa grandeza e isso já deveria ser um motivo de orgulho, contentamento e admiração para todos nós. Porém, há aqueles que pensam diferente e acham que o Brasil é uma droga.
Um amigo meu, foi aos Estados Unido com a esposa visitar a filha deles que morava lá. Quando voltaram, eu fui visitá-los e ele foi logo me dizendo que os Estados Unidos eram um país muito melhor que o Brasil, aquele, sim, que era um país notável, um país de primeiro mundo. - Olhe só, disse-me ele, nós fomos ao um parque temático para passarmos um dia em família e lá, depois de algumas horas, comemos algo e eu passei mal. Pedi para ir ao banheiro. Uma mulher passou por mim e notou que eu não estava bem, chamou o meu genro que logo chamou os paramédicos que não demoraram nem cinco minutos e já vieram me colocando na maca e começaram o atendimento. Depois de alguns minutos eu já estava bonzinho.
- Pois bem, meu amigo. E se fosse no Brasil?
Nesse momento, sua esposa interrompeu a fala dele e disse: - É mesmo, é? Fala para ele o que aconteceu depois do atendimento. Eles puxaram uma maquininha que soltou um papel com o valor de 4,500 dólares para pagarmos.
Eu dei risada, pois logo eu disse: - É! Se fosse no Brasil, você ligaria 192 e só esperaria um pouquinho para ser atendido de graça, além do mais, tu praticarias a paciência, se caso o atendimento demorasse um pouco.
Para não ficar por baixo, ele logo falou: - Os paramédicos foram muito educados. Será que os paramédicos daqui seriam?
- Bem, por esse preço (U$450,00), qualquer pessoa teria a obrigação de ser educado.
Por falar em educação, quem acha que aqui o professor é mal remunerado e por isso não é valorizado, é porque não conhece quanto ganha o professor nos Estados Unidos. Mas para termos a ideia da disparidade salarial, é necessário imaginar que 1 dólar seja o mesmo que 1 real. Na terra Hollywoodiana, o professor de ensino fundamental e médio ganha em torno de U$4,500, isso é, quando ele tem mestrado ou doutorado e tempo de serviço, mas aqui, o professor com a mesma qualificação e tempo de serviço, chega a ganhar 3 vezes mais que um professor na terra do Tio Sam.
Meu amigo me olhou com espanto, com aquele semblante que diz: Eu não acredito!
E vale ressaltar que: Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo – ou de lavar as mãos antes de comer. Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne.
Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e qualquer garçom de botequim, no Brasil, podia ir pra lá dar aulas de como conquistar o Cliente.
As grandes potências impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente quando estamos emotivos. Hollywood vende uma imagem mentirosa dos Estados Unidos.
Nós falamos uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com a língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto as empresas de software a chamam de português brasileiro, porque não conseguem se comunicar com os seus usuários brasileiros através da língua Portuguesa.
Nó temos um sistema eleitoral muito eficiente, o qual assim que termina a eleição, em poucos minutos, ficamos sabendo o resultado, enquanto em outros países, demoram dias para a contagem dos votos e anúncio do resultado.
Gonçalves Dias, sem bater continência à bandeira norte americana, escreveu:
CANÇÃO DO EXÍLIO
Minha terra tem palmeiras,
onde canta o Sabiá,
As aves, que aqui gorjeiam,
não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores…
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.