Alguém chegou de longe, talvez nem tanto.
Era logo ali.
Logo ali o Mediterrâneo.
Suave nas palavras,
firme nos gestos.
O abraço da compaixão seus olhos iluminavam.
Não impôs nem ignorou.
A todos ouvia…
E simplesmente oferecia
com requintes de simplicidade
de quem serve manjares
nas taças do Amor e da Sabedoria.
Sabores inusitados nelas sobressaiam,
era o da generosidade, da pureza e bondade,
da perseverança e constância
regados com humildade e ousadia.
A sua mão estendia.
E não era vazia.
Personificava a coragem.
A absoluta coragem para romper o luto da humanidade,
este manto indesejável que ofusca a luz do dia, a alegria,
emergindo com perversidades, eternas intolerâncias,
das profundezas dos abismos das maldades.
Maldades fundamentadas nas desigualdades
reflexos dos egos preponderantes dos miseráveis
E MEDÍOCRES DE TODAS AS CASTAS.
As castas servis e as dominantes,
as dos subalternos e dos governantes.
Ou de meros aspirantes a poderes externos,
ou insanos iludidos com o falso brilho do ouro de tolo,
os de hábitos enrustidos, servos da hipocrisia, INSENSATEZ.
A luz se infiltrou suave.
Suave e brilhante.
Não obstante,
seus raios inundaram o espaço, a alma
dos transeuntes próximos e distantes,
trouxeram um novo brilho à jornada dos viajantes.
A Terra azul ficou mais azul do que antes.
Mas poucos perceberam.
Poucos sorveram das duas taças
transbordantes de Amor e Sabedoria,
essências de um elixir refrescante,
o terceiro extrato ou substrato revigorante.
Elixir condutor ao passadouro da liberdade,
à sensação de vida contagiante.
Enfim,
“No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta”. (1)
(1) Cecília Meireles