O que fazes com as memórias que florescem nos jardins dos teus caminhos?
Caminhos com os aromas do bem-querer que há em mim, em ti…
“Eu ainda falo de flores”
Eu ainda ouço canções de amores.
Eu ainda danço, danço, qual Dolores.
Ainda me encanto com as cores.
Ainda reflito sobre dores e opressores.
Senhores do sem-fim “logo ali”.
Ainda admiro o romper das manhãs multicores.
Ainda me extasio com a beleza de anônimos olhares.
Ainda me emociono com abraços acolhedores.
Ainda agradeço aos céus por jardineiros e semeadores.
Ainda observo na multidão, colhedores, curadores, eleitores;
nas páginas o som dos tambores, criadores , coautores;
o eco sibilante de adivinhadores, mediadores e inovadores,
onde cantadores e escutadores revelam a boa nova que há de vir:
o menino que traz a Alegria e o Amor,
estabelecendo uma nova aliança baseada na compaixão.
Eu ainda olho no olho da noite e conto estrelas.
Debruço-me sobre as cachoeiras para sentir o frescor .
Frescor que exala do borbulhar das águas de nascentes e rios.
Eu ainda planto árvores e rego as plantas para verdejar os olhares.
Eu ainda acredito no hoje e na alegria a estalar gargalhadas sem medo de ser feliz.
Eu ainda cultivo a Esperança como quem faz uma prece e preserva um legado, uma herança de fidalguia e confiança.
Eu ainda falo de flores, gentilezas, abrigos, encontros de amigos e amores…

