Marina, Marina, Marina Colasanti.
Partistes, neste janeiro de partidas,
dois mil e vinte e cinco,
deixando os leitores tristes.
Poetisa, cronista, contista,
escreveu histórias para crianças,
para jovens juvenis e para
aqueles que já atravessaram os muros,
jovens idosos ou maduros.
Uma artista da palavra escrita.
Vinda da Itália a IMIGRANTE.
Voarás rumo ao encontro de seres do além
e encontrarás nos caminhos dos dons teus pares.
Talvez conversem ou desconversem
sobre novas MIGRAÇÕES planetárias…
Não se aflija Marina, somos todos imigrantes,
até os povos originários.
A História é a História das migrações.
Somos na Terra todos afrodescendentes.
Mama África!
Ela nos espalhou pelos continentes,
criou a diversidade.
Ou terá em um ato bárbaro e ignorante nos deportado?
Mãos e pés algemados, acorrentados.
Eu quero, Marina,
falar de flores, oferecer-te versos róseos,
róseos versos de admiração e afeto.
No entanto é um tempo de horrores, estertores.
E como tu o disseste:
“A gente se acostuma, eu sei, mas não devia”.
Com o desumano tempo da covardia.