Disseram-me,
SIM,
disseram do solitário caminho do viajor das estrelas,
do desbravador dos caminhos misteriosos do insondável…
Desde, ENTÃO, busco silêncios para inundar os espaços de sons.
Busco espaços desertos para preencher com sonhos esconsos.
Nos meus silêncios encontro barulhos intrusos,
às vezes, CONTUDO, predominam as sinfonias de encantos.
O meu silêncio compôs um cântico,
este transpôs as barreiras do finito,
conduziu-me valsante a bailar.
Bailar em uma espiral sem princípio nem fio,
APENAS uma leve brisa imperceptível ao olhar.
Olhar nublado por fantasias do mundo alegórico.
SIM e NÃO. Então avisto.
Há um dia nunca visto ou existido, o que amanhece hoje …
Ele (o dia) e eu somos inéditos,
é nosso primeiro encontro,
somos um mistério que desvendaremos…
OU NÃO.
Então observaremos.
Jubilosos atravessaremos os jardins,
apreciaremos o orvalho nas flores,
o sorrir do Sol,
as nuvens cinzas despejando as chuvas.
Chuvas da embriaguez…
Embriagues volátil dos solos e dos aquíferos.
ENTÃO, o “hoje” é sempre depois do ontem e antes de o amanhã.
É tudo que tenho e onde habito, embora não o conheça.
Disseram-me que o futuro é desconhecido.
Digo, ele sequer existe.
Há o HOJE, este mistério abarcado em mim, cúmplice de atos e pensamentos,
provedor das circunstâncias desejadas ou não.
FAZER O QUÊ? Acordei assim, inédita para mim…

