O Brasil, epicentro de riquezas naturais e estratégicas, encontra-se no limiar de uma crise sem precedentes, com a iminente aplicação de tarifas de 50% sobre suas exportações aos Estados Unidos a partir de 1º de agosto de 2025. Este “tarifaço”, anunciado pelo presidente americano Donald Trump, transcende a retórica econômica e revela um jogo de xadrez geopolítico, onde o Brasil é simultaneamente peão e troféu. Longe de ser uma mera disputa comercial, as sanções americanas visam conter a ascensão de potências como China e Rússia, que intensificam sua influência no país, enquanto cobiçam as vastas reservas brasileiras de terras raras – minerais cruciais para a tecnologia e a defesa global. Nesse cenário, a inépcia diplomática do governo Lula, agravada por declarações intempestivas e pela ineficácia do ministro Fernando Haddad nas negociações, expõe o Brasil a vulnerabilidades que podem custar caro à sua soberania econômica e política.
O impacto do tarifaço: Um golpe na economia brasileira
As tarifas de Trump, que atingirão produtos como aço, petróleo, carne, café e aviões da Embraer, ameaçam desestabilizar setores vitais da economia brasileira. Os Estados Unidos, segundo maior destino das exportações brasileiras, movimentaram US$ 80 bilhões em comércio bilateral em 2024, com superávit de R$ 1,7 bilhão para os americanos no primeiro semestre de 2025. A imposição de uma alíquota de 50% pode reduzir drasticamente a competitividade de produtos brasileiros, elevar o custo de insumos importados e pressionar a inflação interna. Setores como o agronegócio, que exporta US$ 10 bilhões anuais em carne e suco de laranja para os EUA, e a mineração, com destaque para o nióbio – do qual o Brasil detém 90% das reservas mundiais –, enfrentam o risco de perdas colossais.
Além disso, a indústria de manufaturados, como a aviação regional liderada pela Embraer, sofrerá impactos severos, pois a substituição de mercados consumidores, como sugere o governo, é um processo moroso e incerto. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima perdas de R$ 21,5 bilhões apenas em Minas Gerais, um alerta para a magnitude do prejuízo nacional. A falta de uma estratégia coesa para mitigar esses danos expõe a fragilidade do governo brasileiro frente à pressão americana.
Inépcia diplomática: O fracasso de Lula, Alckmin e Haddad
A condução diplomática do governo Lula tem sido marcada por uma combinação de retórica inflamada e ineficácia negocial. O presidente, em vez de adotar uma postura conciliatória, optou por declarações que exacerbaram o atrito com os EUA. Frases como “se Trump quiser negociar, o Lulinha estará pronto para negociar, mas desaforo só da Dona Lindu [mãe de Lula], e ela não fazia desaforo” e “o Brasil é dono do próprio nariz” e “nós não estamos em uma guerra tarifária. A guerra tarifária vai começar na hora que eu der a resposta ao Trump, se não mudar de opinião”, ou “eu vim chupar jabuticaba porque eu duvido que alguém que chupe jabuticaba fique com mau humor. Vou levar jabuticaba para você, Trump”, são frases que soam mais como bravatas populistas ou deboche do que como estratégias diplomáticas. Tais pronunciamentos não apenas dificultam a abertura de canais de diálogo, mas também reforçam a percepção de intransigência brasileira, afastando a possibilidade de um recuo americano. Pelo que tudo indica o Brasil vai atravessar sim pela maior turbulência financeira da sua história que começará no dia 01/08.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por sua vez, “deu com a cara na porta” ao tentar negociar com o Tesouro americano. Suas tratativas, conduzidas sem a autorização explícita da Casa Branca, foram recebidas com um constrangedor silêncio intencional, deixando um claro sinal: “as vias diplomáticas se encerraram”, evidenciando a falta de traquejo político e a subestimação da capacidade de ataque do governo Trump. A ausência de uma comitiva brasileira em Washington, devido à relutância americana em receber negociadores, reflete a inabilidade do Itamaraty em articular uma resposta eficaz. Especialistas, como Matias Spektor, alertam que o Brasil precisa manter canais abertos de negociação, mas a postura beligerante e a “língua solta” de Lula aliada a ineficiência de seus canais diplomáticos têm obstruído essa via.
O pano de fundo geopolítico: A cobiça pelas terras raras
Por trás da retórica protecionista de Trump, o verdadeiro objetivo é geopolítico: conter a expansão chinesa e russa no Brasil e assegurar o acesso a recursos estratégicos, especialmente as terras raras. O Brasil detém a segunda maior reserva mundial desses 17 elementos químicos, essenciais para a fabricação de ímãs permanentes usados em smartphones, turbinas eólicas, chips, veículos elétricos e equipamentos de defesa, como aviões de caça e telêmetros a laser, indústria aeroespacial, etc. Com 25% das reservas globais, localizadas em áreas como a Amazônia, Bacia do Parnaíba, Minaçu (GO) e a Elevação do Rio Grande, o Brasil é um ativo cobiçado no tabuleiro global. O neodímio, praseodímio e térbio, cujos preços por quilo variam de R$ 353 a R$ 5.460, são indispensáveis para a indústria de alta tecnologia, e os EUA buscam reduzir sua dependência da China, que controla 70% da produção e refino global.
A China, por sua vez, tem ampliado sua influência no Brasil, com investimentos de US$ 66 bilhões desde 2007 em setores como energia, mineração e agricultura. Em 2022, o país asiático absorveu US$ 46,7 bilhões em exportações de soja e US$ 28,9 bilhões em minério de ferro, consolidando o Brasil como peça-chave da Nova Rota da Seda. A Rússia, embora menos expressiva, também intensifica parcerias comerciais, especialmente em energia e defesa. Essa aproximação com potências do BRICS, vista por Trump como uma “agenda antiamericana”, motivou as sanções, que visam não apenas punir o Brasil, mas também sinalizar a outros países o custo de alinhamentos com Pequim e Moscou.
A soberania em xeque: Um chamado à ação
As tarifas de Trump não são apenas um golpe econômico, mas uma tentativa de subjugar a soberania brasileira em favor de interesses americanos. A cobiça pelas terras raras, aliada ao temor da perda de influência na América Latina, revela que o discurso de defesa da democracia é um véu para a dominação geopolítica. A resposta do Brasil, no entanto, não pode se limitar a bravatas ou retaliações simbólicas, como a Lei da Reciprocidade Econômica, que, segundo especialistas, seria ineficaz e prejudicial. A diversificação de parceiros comerciais, como a União Europeia e países asiáticos, é uma estratégia válida, mas insuficiente no curto prazo para compensar as perdas com os EUA.
O Brasil precisa de uma diplomacia assertiva, que transforme suas riquezas minerais em alavancas de poder, não em alvos de cobiça. A inépcia do governo Lula, agravada por declarações intempestivas e pela incapacidade de Haddad em abrir canais de negociação, coloca o país em uma posição de vulnerabilidade. É hora de abandonar a retórica populista e adotar uma estratégia que preserve a soberania e capitalize os recursos estratégicos do Brasil. Caso contrário, o país arrisca tornar-se um mero peão no jogo de dominação das grandes potências, com suas terras raras e sua economia à mercê de interesses externos.
O real jogo geopolítico no Brasil: Não se trata de uma disputa comercial, mas uma batalha por domínio
O que se desenrola no Brasil não é uma mera disputa comercial, ou busca pela plena liberdade de outra nação, mas uma luta feroz pelo domínio geopolítico, uma partida de xadrez global onde o nosso país se torna o tabuleiro cobiçado pelas grandes potências principalmente por suas potencialidades naturais estratégicas. No cerne dessa batalha, a ascensão avassaladora da China em território brasileiro revela não apenas interesses econômicos, mas uma estratégia de controle geoeconômico sobre recursos estratégicos e setores vitais. Enquanto os Estados Unidos ameaçam sanções sob o pretexto de proteger a democracia, a verdade é mais crua: o que está em jogo é a supremacia global, e o Brasil, com suas riquezas naturais e posição estratégica, é o troféu.
No setor energético, a avanço chines é igualmente avassalador. A State Grid, gigante estatal, controla fatias significativas da transmissão de energia no Brasil, enquanto a China Three Gorges Corporation detém participações em hidrelétricas como Ilha Solteira e Jupiá. Na mineração, a compra de ativos estratégicos, como depósitos de terras-raras no Amazonas e Goiás, posiciona a China no controle de minerais críticos para tecnologias de ponta, como baterias e equipamentos de defesa. Esses movimentos não são filantropia: são passos calculados para assegurar o domínio sobre recursos que alimentam a máquina industrial chinesa.observatoriodaimprensa.com.br
Enquanto isso, os Estados Unidos observam tudo com a cautela e precisão para que esse avanço chinês não continue na América do Sul. As sanções impostas ao Brasil, anunciadas em julho de 2025, sob a alegação de práticas comerciais desleais e ataques a empresas americanas, escondem um motivo mais profundo, o geoecômico, termo cada vez utilizado para se referir a esse novo momento da nova ordem mundial. A administração Trump, com sua retórica protecionista, busca conter a influência chinesa na América Latina, onde o Brasil é o segundo maior receptor de empréstimos chineses, totalizando 25% dos US$ 120 bilhões investidos na região desde 2005. A narrativa da defesa da democracia é um pretexto conveniente; o verdadeiro objetivo é frear a perda de influência americana em um continente historicamente visto como seu quintal
Mas não se engane: a China não é uma aliada benevolente. Seu avanço é uma marcha de expansão geoeconômica, explorando a abundância de terras férteis, a fragilidade regulatória e a facilidade de inserção cultural em um Brasil sedento por investimentos. A Nova Rota da Seda não visa parcerias igualitárias, mas a subjugação econômica, transformando o Brasil em um fornecedor de matérias-primas e um mercado para produtos chineses. A dependência crescente do mercado chinês, que absorve US$ 94 bilhões em exportações brasileiras contra um déficit comercial de apenas US$ 300 milhões com os EUA, é um alerta vermelho.
No tabuleiro global, o Brasil é uma peça cobiçada, mas vulnerável. Sua riqueza natural e posição estratégica o tornam alvo de uma guerra silenciosa, onde sanções americanas e investimentos chineses são armas de um mesmo jogo: o domínio geopolítico. Não há santos nessa disputa; há apenas interesses. Cabe ao Brasil, com urgência, forjar uma estratégia soberana, que transforme suas riquezas em alavancas de poder, não em correntes de submissão. O futuro não espera, e o preço da inação é a perda de nossa própria história.
O mega tarifaço de Trump e a batalha geopolítica: O Brasil no fogo cruzado da nova ordem mundial
