Não tenho preconceito de cor
Não tenho preconceito de raça
O Brasil tem essa temperança
Daí a sua graça
Meu avo paterno era libanês
E casou-se com uma senhora
Que descendia de Português
O português quando aqui chegou
Notou a beleza de nossa mulata
E para casar-se, a ela que deflorou
Meu bisavô materno
Velho esperto que da Itália aqui desembarcou
Foi logo escolhendo uma brasileira
Para conquistar o seu amor
Nossa terra recepcionou, de braços abertos, todo tipo de emigração
Sem fazer deles nenhuma distinção
Sejam eles japonês, espanhol, inglês,
Turco, sírio ou libanês,
Egípcio, indiano ou alemão.
Não podemos esquecer de nossos irmãos africanos
Estes irmãos que deles nos envergonhamos
Pois aqui foram colocados a força por obrigação
Algemados, nos navios, pelos pés e pelas mãos
Depois da dura viagem vindo de sua terra natal
Aqui, como escravos, eram vendidos
Separavam os pais dos filhos, deixando seus elos perdidos
Eram tratados não como ser humano, mas como um animal.
Mas o bem, mesmo que demore, sempre venceu o mal
E Deus, que é pai de todos, sem nenhuma distinção,
Modificou a história, fez nascer Izabel, uma princesa real,
Que através de uma penada, acabou com a injustiça, proveu sua maior decisão,
De uma só vez, marcou sua vida e aboliu a escravidão.
Os tempos passaram, e as raças se misturaram
Negros com brancos, amarelos, índios e vermelhos
E assim surgiu nosso povo, o povo Brasileiro.
Entremeio de cultura e de etnia
De povos e nações
Sangue novo de idolatria
Que fizeram dessa terra, uma pátria com as próprias mãos.
Daí, dizer, sem medo de apostar e perder
Que a raça mais pura
E aquela que se mistura.
Bady Curi Neto

