PRIMEIRA MISSA
O Papa Leão XIV celebrou, na última sexta-feira (9), sua primeira missa na Capela Sistina. Na homilia, o sucessor de Francisco disse que foi chamado para carregar uma cruz e realizar uma missão, e pediu luz para que possa iluminar as noites escuras do mundo. Com semblante sereno e vestes aparentemente simples, em branco e dourado, o novo pontífice disse algumas palavras em inglês antes de continuar sua homilia em italiano fluente. Na primeira aparição aos fiéis, ele falou em paz, construção de pontes e lembrou do Papa Francisco. 100 mil pessoas se reuniram na Praça São Pedro, no Vaticano, para acompanhar a escolha do novo líder máximo da Igreja Católica. E ouviram, com emoção, o primeiro discurso do Papa Leão XIV. Da Sacada Central da Basílica, as primeiras palavras do sucessor de Francisco foram de paz à terra. “A paz esteja com todos vocês”. O antecessor foi lembrado por três vezes, uma delas a última aparição pública de Francisco, no domingo de Páscoa. E convidou a todos a caminhar juntos, buscando a paz, a justiça, sem medo, construindo pontes, como pediu Francisco. “Ele quer a paz. Ele quer que a paz ganhe cada vez mais a cidadania que merece no nosso tempo”, avaliou o teólogo Faustino Teixeira.
LEGADO DO NOVO PAPA
Segundo o padre e professor do Departamento de Teologia da PUC-RJ, Luís Corrêa Lima, o nome que ele escolheu também evoca o Papa Leão XIII, o imediato antecessor do novo papa. “O Papa Leão XIII foi um papa progressista no contexto do século XIX, em que tivemos muitos papas conservadores, reacionários, contra a modernidade, contra os estados liberais, contra a separação entre Igreja e Estado. E foi um pioneiro da doutrina social da igreja, da questão social, dos direitos dos operários”, detalha Lima. A teóloga da PUC Suzana ressalta a importância da escolha do novo papa para a Amazônia: “pela sua experiência missionária e pastoral no Peru, ele não deixa de ser o primeiro papa da região amazônica, algo que é muito relevante pra nós neste ano, já que a COP30 vai acontecer em Belém, na região amazônica brasileira”. Se há semelhanças com o Papa Francisco, a antropóloga Renata disse que há, “descontinuidades”. “Ele não se torna Francisco II, então ele se torna um papa próximo a Francisco, mas não igual, ou um seguidor de Francisco. Ele se coloca como um filho de Santo Agostinho”, disse a professora. “E utiliza vestimenta papal completa, não o modelo simplificado que Francisco usava. O que eu acho que é um sinal de maior apego à liturgia da Igreja Católica”. Suzana conta que a transição entre os dois papas encontra eco na própria história de São Francisco de Assis, que inspirou o nome do Papa Francisco. “Ele teve um irmão Leão com quem ele atuava, refletia, ensinava e falava sobre a perfeita alegria.”
MAIORIA
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal formou na última sexta-feira (9) maioria de votos para restringir a decisão da Câmara dos Deputados que suspendeu a ação penal contra o deputado federal Alexandre Ramagem no caso da trama golpista do governo do ex-presidente Bolsonaro. Com placar de 4 votos a 0, o colegiado está confirmando o entendimento do Supremo sobre a matéria para estabelecer que, apesar de estar prevista na Constituição, a suspensão do processo criminal não pode ser feita na íntegra pela Câmara. O deputado Ramagem deve continuar respondendo por três crimes: golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. No entanto, ficam suspensas duas acusações: dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado. Os votos foram proferidos pelos ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Flávio Dino. O julgamento virtual prossegue para a tomadas do voto da minsitra Cármen Lúcia.
MARCO HISTÓRICO
Há 80 anos chegava ao fim na Europa a Segunda Guerra Mundial. O fim do conflito é comemorado em duas datas. Isso porque, quando a Alemanha se rendeu, no dia 8 de maio de 1945, na União Soviética já passava de meia-noite. A diferença no fuso horário faz a Rússia considerar o dia 9 de maio como o fim do conflito. Marcada por massacres como o Holocausto e o uso de bombas atômicas, a Segunda Guerra Mundial deixou mais de 60 milhões de mortos, sendo considerado o maior conflito militar do século XX. Quase seis anos depois que os primeiros tanques alemães invadiram a Polônia, a Segunda Guerra Mundial terminava com a rendição incondicional da Alemanha, após o cerco à sua capital, Berlim. A assinatura do documento na cidade francesa de Reims determinou o cessar das operações militares alemães a partir do dia 8 de maio, tornando a data um marco na história da humanidade.
POSIÇÃO NEUTRA
A Segunda Guerra Mundial mobilizou nações de todos os continentes, colocando em lados opostos os aliados, entre os quais estavam a Grã-Bretanha, os Estados Unidos e a União Soviética, e o eixo, que reunia a Alemanha, a Itália e o Japão. Apesar de adotar uma posição neutra no início do conflito, o Brasil foi o único país da América do Sul a enviar soldados para lutar no campo de batalha europeu. A decisão foi uma resposta ao ataque a navios mercantes brasileiros por submarinos alemães e italianos. Cerca de 25 mil militares da Força Expedicionária Brasileira foram direcionados para lutar juntos com o exército americano ao norte da Itália contra os alemães.
DECLARAÇÃO
A Segunda Guerra Mundial teve como causa as aspirações expansionistas de Adolf Hitler, que alcançou o poder da Alemanha em 1933. A ascensão dos nazistas resultava em grande parte da insatisfação de uma parte radicalizada da sociedade alemã com o desfecho da Primeira Guerra Mundial. Após a anexação da Áustria e de boa parte da então Tchecoslovaquia, Hitler se voltou contra a Polônia, o que não foi aceito pela França e a Inglaterra, que responderam à agressão alemã com uma declaração de guerra. Em apenas dois anos, os alemãs conquistaram a Polônia, Dinamarca, Noruega, Holanda, Bélgica, França, Grécia e Iugoslávia, passando assim a dominar grande parte do continente europeu. Em 1941, a Alemanha parecia invencível, até se voltar ao seu maior adversário na Europa, o bolchevismo soviético.
BATALHA FINAL
A invasão da União Soviética pela Alemanha aconteceu em 22 de junho de 1941, mas a falta de recursos e dinheiro impossibilitaram uma guerra de longa duração. Exército, indústria e a economia alemã começaram a entrar em colapso, enquanto britânicos e norte-americanos ampliavam seus esforços na luta contra os nazistas. A batalha final no cenário europeu da guerra foi travada em Berlim, capital alemã, com a invasão do exército soviético. Hitler e sua esposa, Eva Braun, cometeram suicídio e os alemães se renderam oficialmente em 8 de maio de 1945. No cenário asiático, a guerra só teve fim no dia 2 de setembro, quando os japoneses assinaram sua rendição incondicional aos americanos, resultado direto do lançamento um mês antes das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki.
MANEJO SUSTENTÁVEL
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse que as propostas desenvolvidas e selecionadas durante a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, encerrada na última sexta-feira (9), representam um exercício democrático a servir de referência para a definição de políticas públicas, nas mais diversas esferas.
Segundo a ministra, as questões apresentadas durante a conferência servirão de sinalização para o Ministério do Meio Ambiente, para o governo federal, bem como para os governos estaduais, municipais e para as empresas. “E o que não foi priorizado não vai ser encostado”, garantiu a ministra.” Vamos ter de fazer o manejo sustentável dessa riqueza de propostas que vieram”, completou. Durante o discurso de encerramento do evento, ela lembrou que, durante o processo que culminou na conferência, foram apresentadas mais de 2 mil propostas que, depois, chegaram a cerca de 500 e, então, 100 para, ao final, se chegar a um total de 10 propostas. “Sempre de forma democrática”, ressaltou a ministra.