Eu ando chocado com a falta de humanidade nos nossos dias. E isso não tem direita nem esquerda. É um colapso moral coletivo. De um lado a engenharia social de quem acredita que a humanidade precisa de controle e que alguns iluminados podem decidir pelos outros que não sabem o que é melhor para si mesmos. De outro lado a bravata, beligerância e expressões como “CPF cancelado”, “foi pro colo do capeta” e outras banalizações da morte.
Tudo isso revelam algo importante: estamos nos tornando frios e perdendo o afeto natural.
O apostolo Paulo já nos alertava sobre uma geração assim. Gente sem sensibilidade, sem compaixão, sem empatia mínima pela dor alheia.
Quanto a mim, eu preciso me desromantizar. Preciso aceitar a realidade que Paulo nos ensinou nem todo mundo é legal, nem todo coração é benigno, que o mal existe, e ele habita em pessoas. Pessoas reais. Pessoas que respiram, escrevem, comentam, atacam e se divertem com a dor de outros.
Paulo encerra com um pedido simples e urgente:
“Finalmente, irmãos, orai por nós… para que sejamos livres dos homens perversos e maus; porque a fé não é de todos.”
2 Tessalonicenses 3.1 a 2
A fé não é de todos. A empatia não é de todos. A humanidade não é de todos.
É por isso que precisamos de discernimento, vigilância e oração. Não para odiar ninguém, mas para não nos enganarmos sobre o mundo em que vivemos. Porque a falta de afeto natural é mais do que um comportamento. É um sinal dos tempos.

