As drogas, as mordaças, os sucessos, os fracassos
são troféus contemporâneos em travessia de insanos.
Os coachs, os profetas, os atletas e os “influencers”
revelam armadilhas, dicas, fugas e trocadilhos.
No caminho tu estás sozinho…
A sociedade agoniza em transes de desesperança.
Qual náufragos, as gentes se apegam em mitos e franquias.
Transformam-se em fantoches com surtos de destemperança.
Refugiam-se em bolhas em busca de pertencimento – acolhida.
O entorno, território inimigo, reino da agressão e do deboche.
“Assim falou Zarastruta” é expressão conhecida e sábia pedida.
Não obstante, ouso acreditar que para as situações hoje vividas de desconforto, de frustrações, de medos, de ódios…
Sentimentos de abandono das pessoas nas famílias, no trabalho, nas igrejas, nos salões , na política, nos porões , nos extratos
e nos substratos das divisões sociais e econômicas, nos distratos.
Ou sozinhos em um quarto de hotel cinco estrelas ou pensão; encontra-se o eco daquilo de que falou Lacan:
“Todos os tipos de coisas neste mundo se comportam como espelhos”.
E há tantas projeções, slides, filmes trafegando nas calçadas,
nas esquinas, criando a tola ilusão de que existe mais beleza
nos tesouros diamantinos do que na leveza da singela margarida ou no abraço fraterno de um amigo, o ombro e mão amiga.
Não me soa estranho diante de tais fatos a humanidade
a rodopiar e criar em sua mente permanentes cataclismas.
A saúde mental, as flores do mal , setembro afinal ,
saúde mental uma classe especial .
Quem se importa contigo, tua paz, teu abrigo?
Os comportamentos exíguos sem luz ou guarida
revelam traços em tranças lançadas no abismo.