Quando se está assim, assim…
Coração apertadinho,
olhar de sobrestimar
fixo em uma pedrinha
entre os muitos seixos do rio…
Quando se está assim,
talvez se queira sentir,
SENTIR, NÃO REFLETIR,
sendo estas o que são
distintas percepções
dos sabores da vida.
Sentir com reverência:
os abraços genuínos
recebidos dos amigos;
o sorriso ensolarado
do coração apaixonado;
a firmeza da mão estendida
dos afins nos confins e proximidades;
o amparo do ombro inclusivo
dos parceiros desta estrada;
o frescor de uma gargalhada
nas manhãs adormecidas,
destoando do cenário encapuçado,
a fluir leve, solta, dançarina.
Sentir da natureza as vibrações
a burilar palavras em versos,
versos sísmicos em canções.
Quando se está assim, assim…
Aquietando-se com autoabraços
ou entre preces descoloridas,
talvez o que se queira
seja simplesmente
seguir em frente sem fretes.
Sem fretes ou taxas sobressalentes
sobre dores ou alegrias.
Sentir, tão somente sentir,
o encanto dos mistérios,
às vezes estonteantes,
dos saberes sorvidos.