Encontro a rosa dourada dos meus sentimentos,
na imersão azul dos meus pensamentos.
São asas dos ventos, são ases de eventos,
ao sabor de alegrias ou da ousadia de movimentos,
embora haja dias de entretenimentos ou de contratempos.
Na Canção do Bem-Aventurado (Bhagavad Gita),
as falas dos deuses, além do tempo em que foram ditas,
são vozes que ecoam, entre frestas, benditas, à vista.
“Despego não é sobre não possuir nada.
Desapego é sobre nada possuir você.”
Amo essa liberdade de voo com mergulhos em espelhos d’água.
Nado e caminho, velejo e plano sob os auspícios das saídas e entradas.
Mas sequer a liberdade deve me possuir – seria anarquia, apego disfarçado.
Então, admiro a beleza da flor, mas não a colho nem lanço inveja, mau-olhado.
Ouço o murmúrio do riacho e amo essa vibração encantatória,
mas não o desviarei de seu curso para satisfazer mero desejo de presença,
ou para dispor de seu frescor sob meu exclusivo domínio.
Assim falou um sábio em conexão com a Canção Sublime.
Seja leve.
Leve a vida leve.
Livre leve, desapegue e trafegue.
Voe leve sobre a neve…