Desde o início dos tempos, os seres humanos têm dificuldades diversas para lidar com suas diferenças e com o convívio com o próximo. Pessoas que sofrem com transtornos mentais passam por situações de intolerância e preconceito social. Por isso, torna-se cada vez mais difícil que elas procurem ajuda especializada.
Hoje em dia, esse cenário vem perdendo espaço, pois a saúde mental é um assunto que está constantemente em pauta e ganhou relevância nos últimos anos. Com isso, o tratamento psiquiátrico também pode evoluir, assim como o entendimento e o estudo dos transtornos mentais.
Um dos tratamentos que apresentou uma evolução severa foi a internação psiquiátrica. Ela é indicada para casos mais graves e quando outros recursos que buscam a melhora da situação do paciente já foram esgotados.
Os casos graves são caracterizados quando o paciente sofre com transtornos mentais e apresenta uma ou mais das seguintes características: risco de autoagressão, risco de heteroagressão, risco de agressão à ordem pública, risco de exposição social e incapacidade grave de autocuidado.
Nesse cenário, a internação psiquiátrica age para estabilizar o quadro do paciente, minimizando os riscos citados, levantando necessidades psicossociais, ajustando o tratamento medicamentoso e reinserindo o paciente em seu meio social aos poucos.
Dependentes químicos podem desenvolver transtornos mentais por conta do consumo abusivo de drogas. A internação psiquiátrica pode ser feita nesses casos, com o objetivo de tratar a dependência química e ajudar o paciente no processo de reinserção social.
Em casos de transtornos mentais mais graves, as perturbações podem ser tão grandes a ponto de colocar a vida e o bem-estar do indivíduo e das pessoas que o cercam em risco. Dessa forma, a internação psiquiátrica é o tratamento mais indicado, visando proteger a saúde física e mental do paciente e de sua família.
A internação psiquiátrica é um tratamento que carrega diversos tabus. Desde 2001, a Lei 10.216 garante os direitos básicos da pessoa que sofre com transtornos mentais, possibilitando o acesso aos melhores recursos diagnósticos e terapêuticos disponíveis e uma rede de serviços diversificada. Além disso, reconhece a internação psiquiátrica como um dos recursos terapêuticos válidos, desde que o tratamento seja feito com qualidade.
Para falar sobre o assunto, a Dra. Cleuza Canan, psicóloga clínica e diretora-geral da Clínica Liberty, centro de tratamento especializado na recuperação e reabilitação de dependentes químicos, respondeu algumas perguntas comuns sobre internação psiquiátrica.
O que é a internação psiquiátrica?
A internação psiquiátrica é uma ferramenta terapêutica necessária em muitos casos para auxiliar a família, o paciente e o profissional a tratar, proteger e cuidar com mais eficácia da doença.
Qual é a importância da internação?
A internação psiquiátrica é o momento que a crise causada pela doença não pode ser controlada de outra forma. Assim, ao afastar o paciente de situações e ambientes de risco, ele poderá se recuperar mais rápido e com segurança. Além disso, vai aprender a conhecer sua doença e a si mesmo, adotando comportamentos preventivos para enfrentar seu problema.
Como funciona a internação psiquiátrica?
Após a definição da necessidade da internação, o paciente é acolhido pelos profissionais e passa a participar de atividades terapêuticas diárias, com equipe multidisciplinar, que envolve médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, musicoterapeutas, teólogos, assistentes sociais, neuropsicólogos, nutricionistas e educadores físicos.
Por meio dessas atividades, o paciente desenvolve o autoconhecimento e passa a conhecer melhor sua doença devido a participações em grupos operativos e seminários.
Todas as atividades promovem o bem-estar psíquico, físico, social e familiar, devolvendo a qualidade de vida e reabilitando o paciente para a reinserção na sociedade.
Quando a internação é necessária?
O tratamento é necessário quando a pessoa apresenta alterações emocionais e comportamentais que colocam em risco a integridade física e mental do paciente e de outras pessoas.
Após outras tentativas de tratamento sem sucesso, a internação psiquiátrica também pode ser realizada.
Outros casos que também demandam esse tipo de tratamento são oferecer um diagnóstico mais completo dos transtornos mentais e definir uma terapia medicamentosa e psicoterapia adequadas, além de motivar a aceitação e adesão ao tratamento.
Quanto tempo a internação pode durar?
Depende da gravidade da doença, porque toda recuperação tem um processo e fases a serem seguidas. Somente após os primeiros quinze dias de internação é possível ter uma previsão, que no decorrer da evolução do paciente pode ser modificada.
O que é necessário para internar um dependente químico?
É preciso ter três fatores para internar um dependente químico:
- Avaliação por médico psiquiatra ou especialista na área que indique que a internação é necessária naquele momento
- Familiar responsável pelo tratamento
- Comprometimento da família em colaborar com a equipe terapêutica, participando de todas as etapas
Qual é o papel da família do dependente durante a internação?
A família é o grupo de pessoas mais afetado pelas consequências do uso de drogas. Portanto, necessita de apoio e orientação para superar as dificuldades e traumas, bem como adquirir conhecimentos e habilidades para colaborar no processo de recuperação.
Para saber mais sobre a Clínica Liberty, acesse o site: https://clinicaliberty.com.br

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