Sal iodado
Desde a década de 1950, o sal é o alimento selecionado em grande parte do mundo, incluindo o Brasil, como veículo para a fortificação com iodo para a população. No Brasil, todo sal marinho, seja refinado ou grosso, assim como o sal light, deve ser iodado. A substância não pode ser estocada pelo organismo e deve ser ofertada em pequenas quantidades continuamente.
Se você pensa em fazer alguma dieta não convencional em que se corta o sal de cozinha por completo ou o substitui por outro produto, cuidado. O sal iodado, consumido com moderação (menos de 5 gramas por dia, de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde), é parte de uma dieta saudável, inclusive porque contribui para a prevenção da deficiência de iodo no organismo.
Consumo moderado
É importante lembrar que o consumo médio de sal do brasileiro hoje é mais que o dobro da recomendação da OMS, e que o consumo em excesso de sódio atua como importante fator de risco para o desenvolvimento de diversas doenças crônicas como hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, doenças renais, síndrome metabólica e câncer gástrico.
A regra é não exagerar no sal: consuma em pequenas quantidades para temperar alimentos in natura e minimamente processados. Alimentos processados e ultraprocessados devem ser evitados, pois possuem grandes quantidades de sódio.
A importância do iodo
O iodo é um micronutriente utilizado na síntese dos hormônios tireoidianos, essencial para o homem e outros animais. Estes hormônios produzidos pela tireóide (uma glândula que se localiza na base frontal do pescoço), regulam o funcionamento de vários órgãos, atuando no crescimento físico, neurológico e na manutenção do fluxo normal de energia (metabolismo basal, principalmente na manutenção do calor do corpo). O desequilíbrio na síntese desses hormônios pode causar casos de abortos espontâneos; natimortalidade; mortalidade infantil; distúrbios no desenvolvimento físico e mental com prejuízo da capacidade de aprendizagem das crianças; deficiência de coordenação; letargia; e danos cerebrais do feto ou recém-nascido. Uma manifestação clínica mais visível é o bócio (hipertrofia da glândula tireóide).
Uma mulher grávida deve ter um aporte diário de iodo de cerca de 200 microgramas para que não haja carência do micronutriente. Durante o primeiro trimestre de gravidez, a falta de iodo na gestante tem efeitos prejudiciais no desenvolvimento cognitivo da criança.
A má nutrição de iodo também está relacionada com altas taxas de natimortos e nascimento de crianças com baixo peso, problemas no período gestacional, e aumento do risco de abortos e mortalidade materna. Associada a esses problemas, a deficiência de iodo contribui para o aumento do gasto com atendimento em saúde e em educação, uma vez que incrementa as taxas de repetência e evasão escolar, e ainda proporciona a redução da capacidade para o trabalho. Portanto, direta ou indiretamente acarreta prejuízos socioeconômicos ao país.
Por outro lado, o excesso de iodo pode estar associado ao aumento de casos de tireoidite de Hashimoto e hipotireoidismo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a ingestão de iodo acima de 300 microgramas por dia pode ocasionar doenças auto-imunes da tireoide.