A chegada dos 40 anos marca inúmeras transições no corpo de uma mulher. De acordo com o ginecologista Rogério Felizi, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, entre as alterações mais importantes que o corpo feminino sofre estão as mudanças hormonais, a redução do metabolismo, a perda da densidade óssea e a perda de massa muscular.
De acordo com Felizi, os hormônios que sofrem mais alterações nesse período são os níveis de progesterona e estrogênio, hormônios femininos relacionados à lubrificação vaginal, absorção de cálcio e às características da pele, unha e cabelo. Outro hormônio que sofre alteração é a testosterona, ligado ao desejo sexual e à massa muscular. Com a alteração desses hormônios, há prejuízos na absorção de cálcio, resultando na perda de massa óssea, diminuição da massa muscular, redução da lubrificação da vagina e do desejo sexual.
A alteração hormonal faz também com que as mulheres tenham mudanças no humor, podendo ter alguns sintomas depressivos. Segundo o ginecologista, mulheres que tenham tido um diagnóstico prévio de transtornos do humor e depressão podem apresentar piora nos sintomas nesse período.
A mudança nos níveis dos hormônios faz também com que a menstruação apareça de maneira irregular e mais intensa devido a aproximação da menopausa. Essas alterações podem ser mais marcantes entre mulheres que tenham problemas uterinos, como miomas e adenomiose uterina, crescimento do tecido endometrial na musculatura no útero.
Após os 40, há também a mudança na pele da mulher, que pode apresentar rugas devido à diminuição do colágeno, acúmulo de substâncias oxidantes e diminuição da circulação. De acordo com o ginecologista, há também a probabilidade de aparecimento de acne e pelos, mas essa mudança é mais comum após os 60 anos, quando há um breve aumento nos níveis de testosterona.
Felizi afirma que nessa idade existem algumas alterações no peso. Isso ocorre por conta da diminuição do metabolismo, que pode ser intensificado com o sedentarismo, alimentação inadequada e alterações da função da glândula da tireoide. Além disso, a alteração metabólica provoca mudanças na circulação, favorecendo a retenção de líquidos. O ganho de peso pode estar associado, também, a fatores genéticos, consumo de refrigerantes e outras bebidas gasosas, e ao tabagismo.
O aparecimento de estrias e celulites também pode aumentar após os 40. De acordo com o ginecologista, isso estaria relacionado à diminuição do metabolismo, diminuição do colágeno, alteração da circulação e acúmulo de substâncias oxidantes nos tecidos.
A diminuição hormonal ajuda na perda de massa óssea, pois faz com que haja uma redução na absorção do cálcio, podendo levar ao surgimento de osteoporose e osteopenia. Em casos de perda severa da densidade óssea, há uma maior propensão à fraturas no fêmur e na coluna. A redução de hormônios sexuais resulta, também, na perda de massa muscular, podendo gerar casos de hipotrofia. O ginecologista afirma que é fundamental que a mulher tenha bons hábitos alimentares e mantenha a prática de atividades físicas, fazendo sempre acompanhamento médico.