Ter uma alimentação adequada e um estilo de vida saudável são hábitos que devem ser desenvolvidos desde a infância. Muitas pessoas se atentam a isso somente durante a vida adulta, quando passam a se preocupar com a mudança de hábitos. É por isso que as crianças merecem atenção especial, principalmente porque crescem rodeadas de alimentos ultraprocessados, que devem ser evitados.
Se o pequeno tem uma alimentação saudável desde os primeiros anos de vida, os pais não terão tanto trabalho em manter a linha. Mas se a criança já come de forma inadequada, colocá-la nos trilhos requer esforço, criatividade, negociação e diálogo.
“Após o sexto mês de amamentação, quando entra a alimentação complementar, o ideal é que a mãe não use temperos prontos, sal ou açúcar nas preparações oferecidas à criança. O paladar da criança é bem sutil e a ideia é que ela sinta o sabor real das frutas, da batata, da mandioca, da abóbora”, explica a nutricionista Rafaela Rangel de Araújo Jorge, especialista em alimentação infantil.
Alimentação infantil
Quando a criança atinge os dois anos, entra em uma fase mais seletiva e pode rejeitar vários dos alimentos saudáveis que a mãe ofereceu desde o início. É a hora de ter atenção e não sair da linha. “Muitas mães têm medo de o filho passar fome nessa fase. Aí elas começam a substituir as frutas por biscoitos recheados, por exemplo. Nesse hora é preciso observar bastante a postura da criança para saber se ela está rejeitando os alimentos por um motivo específico ou se é uma questão de preferência do paladar”, aponta a nutricionista.
Os pais precisam incentivar o consumo de alimentos saudáveis sendo criativos e oferecendo o mesmo alimento mais de uma vez, alterando a consistência ou a forma de preparação. “Combine com a criança de provar coisas diferentes. Vou dar como exemplo a cenoura. Primeiro você a oferece crua. Se a criança não gostar, não fale nada e tente outro dia a cenoura cozida. Depois tente um suco de cenoura ou misture a cenoura no suco de laranja. A ideia é a oferta sem julgamento. É normal a preferência por alguns alimentos, mas é preciso perceber se é preferência ou mau hábito. Se o restante da alimentação está adequada e saudável, então ótimo”, acrescenta Rafaela Rangel.
Alimentação saudável
A publicação Alimentos Regionais Brasileiros, do Ministério da Saúde, é um bom guia para aguçar a criatividade na hora de montar o cardápio do dia a dia. O objetivo principal é divulgar a imensa variedade de frutas, hortaliças, tubérculos e leguminosas do nosso país, além de apoiar a educação alimentar e nutricional e incentivar a alimentação adequada e saudável. Esse material contribui, ainda, para divulgar a variedade de alimentos em todas as regiões e orientar seu uso em preparações culinárias.