Uma informação divulgada nesta quinta-feira pela rádio CBN pode colocar o senador Davi Alcolumbre (DEM) no olho do furacão da CPI da Pandemia. O senador do Amapá pode ser convocado para prestar explicações. De acordo com a CBN, Alcolumbre, em outubro do ano passado quando ainda era presidente do Senado, barrou a demissão de Roberto Ferreira Dias, da Diretoria de Logística do Ministério da Saúde, acusado de superfaturar testes rápidos da covid-19 e que, agora está sendo acusado de pedir propina de US$ 1 por dose de vacina comprada.
De acordo com a CBN, tão logo Pazuello teve conhecimento da denúncia, pediu a exoneração de Roberto Dias. O despacho chegou a ser enviado para a Casa Civil, mas, de acordo com auxiliares de Bolsonaro na Saúde e no Palácio do Planalto, o ato foi brecado por Bolsonaro depois do, então presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), interceder a favor de Roberto.
Pessoas próximas a Alcolumbre negam que o senador tenha protegido Dias, mas, procurado, o senador não quis se manifestar.
O nome do diretor exonerado já havia sido citado em entrevista à Folha de S.Paulo pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) que, com o irmão Luis Ricardo Miranda, chefe do departamento de importação do Ministério da Saúde, denunciou suspeita de irregularidade no contrato de compra da vacina Covaxin. Segundo o deputado, Dias era quem dava as cartas na Saúde.
“Eu acho assim, nada ali acontece se o Roberto não quiser. Tudo o que aconteceu, inclusive a pressão sobre o meu irmão, é sob a aprovação dele. Sem ele, ninguém faz nada. Isso é uma das únicas certezas que tenho”, afirmou o Luis Miranda na entrevista.
A suspeita sobre a compra da vacina indiana Covaxin veio à tona, quando a Folha de S. Paulo revelou, no dia 18 de junho, o teor do depoimento sigiloso de Luis Ricardo Miranda ao Ministério Público Federal, que relatou pressão “atípica” para liberar a importação da Covaxin. Desde então, o caso virou prioridade da CPI da Covid no Senado.