A depressão provoca sentimentos de tristeza e/ou perda de interesse em atividades que em momentos anteriores traziam prazer. Pode levar a uma variedade de problemas emocionais e físicos e pode diminuir a capacidade de uma pessoa manter suas atividades normais no trabalho e em casa.
Os sintomas de depressão podem variar de leves a graves e podem incluir:
Tristeza ou com um humor deprimido;
Perda de interesse ou prazer em atividades antes apreciadas;
Alterações no apetite – perda de peso ou ganho não relacionado à dieta;
Problemas para dormir (insônia) ou dormir demais;
Perda de energia ou aumento da fadiga;
Baixa autoestima e presença de sentimentos de culpa;
Dificuldade para pensar, concentrar ou tomar decisões;
Pensamentos de morte ou suicídio.
Os sintomas devem durar pelo menos duas semanas para um diagnóstico de depressão.
Além disso, condições médicas (por exemplo, problemas de tireóide, um tumor cerebral ou deficiência de vitamina) podem imitar sintomas de depressão, por isso é importante descartar causas médicas gerais.
Depressão é diferente da tristeza e do luto
A morte de um ente querido, a perda de um emprego ou o fim de um relacionamento são experiências difíceis para uma pessoa suportar. Assim, é normal que sentimentos de tristeza ou de luto se desenvolvam em resposta a tais situações. Desse modo, aqueles que experimentam perda, muitas vezes podem descrever-se como “deprimido”.
Contudo ficar triste não é o mesmo que ter depressão. O processo de luto é natural e único para cada indivíduo e compartilha algumas das mesmas características da depressão. Ou seja, tanto o luto quanto a depressão podem envolver tristeza intensa e afastamento das atividades habituais.
Eles também são diferentes em aspectos importantes:
No luto, sentimentos dolorosos vêm em ondas, muitas vezes misturadas com lembranças positivas do falecido.
Na depressão maior, o humor e/ou interesse (prazer) diminuem durante a maior parte das duas semanas.
No luto, a autoestima é geralmente mantida. Na depressão maior, sentimentos de inutilidade e auto-aversão são comuns.
Para algumas pessoas, a morte de um ente querido pode causar depressão grave. Perder um emprego, ser vítima de uma agressão física ou de um grande desastre pode levar à depressão para algumas pessoas.
Quando o luto e a depressão coexistem, o luto é mais grave e dura mais do que o luto sem depressão. Apesar de alguma sobreposição entre tristeza e depressão, elas são diferentes. A distinção entre elas pode ajudar as pessoas a obter ajuda, apoio ou tratamento de que precisam.
Fatores de risco para depressão
A depressão pode afetar qualquer pessoa – até mesmo uma pessoa que parece viver em circunstâncias relativamente ideais.
Vários fatores podem desempenhar um papel na depressão:
Bioquímica: Diferenças em certas substâncias químicas no cérebro podem contribuir para os sintomas.
Genética: Depressão pode ocorrer em famílias. Por exemplo, se um gêmeo idêntico tem depressão, o outro tem 70% de chance de ter a doença em algum momento da vida.
Personalidade: Pessoas com baixa autoestima, que são facilmente oprimidas pelo estresse, ou que são geralmente pessimistas, parecem mais propensas a sofrer de depressão.
Fatores ambientais: A exposição contínua à violência, negligência, abuso ou pobreza pode tornar algumas pessoas mais vulneráveis à depressão.
O que mais pode desencadear a depressão?
Transtornos psiquiátricos correlatos;
Estresse e ansiedade crônicos;
Disfunções hormonais, problemas na tireóide;
Excesso de peso, sedentarismo e dieta desregrada;
Vícios (cigarro, álcool e drogas ilícitas);
Hiperconexão e excesso de estímulos, como o uso excessivo de internet e redes sociais;
Traumas físicos ou psicológicos, experiências de violência doméstica ou abuso;
Separação conjugal, perda de emprego, desemprego por tempo prolongado ou a perda de uma pessoa muito querida;
Fibromialgia e dores crônicas;
Como a depressão é tratada?
A depressão está entre os mais tratáveis dos transtornos mentais. Entre 80% e 90% das pessoas com depressão acabam reagindo bem ao tratamento. Quase todos os pacientes ganham algum alívio de seus sintomas.
Antes de um diagnóstico ou tratamento, um psicólogo ou médico psiquiatra deve realizar uma avaliação diagnóstica completa, incluindo uma entrevista e, possivelmente, um exame físico.
Em alguns casos, um exame de sangue pode ser feito para garantir que a depressão não seja causada por uma condição médica como um problema de tireóide. A avaliação é para identificar sintomas específicos, histórico médico e familiar, fatores culturais e fatores ambientais para chegar a um diagnóstico e planejar um curso de ação.
Autoajuda e Enfrentamento
Há várias coisas que as pessoas podem fazer para ajudar a reduzir os sintomas da depressão. Para muitas pessoas, o exercício regular ajuda a criar sentimentos positivos e melhorar o humor. Obter um sono de qualidade regularmente, manter uma dieta saudável e evitar o álcool (um depressivo) também pode ajudar a reduzir os sintomas da depressão.
A depressão é uma doença real e a ajuda está disponível. Com diagnóstico e tratamento adequados, a grande maioria das pessoas com depressão a superará. Se você estiver com sintomas de depressão, o primeiro passo é consultar um médico de confiança ou o psiquiatra. Fale sobre suas preocupações e solicite uma avaliação completa. Este é um começo para abordar as necessidades de saúde mental.
Como prevenir a depressão?
Recuperar-se da depressão é uma jornada longa e difícil. Infelizmente, 50% das pessoas que têm um episódio importante de depressão irão ter recaídas, e a probabilidade aumenta se você teve mais de um episódio. O risco de recaída pode variar, dependendo da gravidade dos sintomas e do histórico familiar.
Assim, a boa notícia é que existem alguns passos que podem ajudá-lo a evitar as recaídas da depressão.
Fique atento ao excesso de trabalho
Enquanto permanecer ocupado não é um problema, ter atividades demais, muito cedo, pode ser.
Sentir-se oprimido cria estresse, e o estresse é um fator de risco para a depressão. Além disso, experiências estressantes podem tornar os sintomas de ansiedade e depressão ainda mais graves.
Contudo, é muito importante conhecer os próprios limites e tentar manter uma vida equilibrada. Se você está propenso à depressão, isso é de sua responsabilidade – assim como escovar os dentes ou obedecer aos limites de velocidade.
Exercite-se regularmente
Sabe qual é uma das melhores maneiras de prevenir a depressão? A prática de exercícios físicos.
“O exercício parece ser um antidepressivo por si só e pode agir como um antídoto para o estresse”, diz Gerard Sanacora, MD, PhD, professor de psiquiatria da Universidade de Yale.
Uma análise de 2009 descobriu que o exercício ameniza a depressão, bem como a terapia cognitivo-comportamental (TCC) ou antidepressivos.Uma combinação de resistência e aeróbica parece melhor do que o exercício aeróbico sozinho. Exercícios com foco meditativo, como mindfulness, tai chi e yoga, também ajudam.
Voluntarie-se
O trabalho voluntário e a compaixão podem melhorar sua saúde mental e ajudá-lo a viver mais tempo. Voluntariado significa sair do sofá e sair de casa, então nos torna mais fortes e mais aptos fisicamente.
Pessoas mais ajustadas fisicamente tendem a lidar melhor com o estresse, o que pode ajudá-las a ter uma vida mais longa e livre da depressão.
Ou seja, conexões sociais podem ser boas para nós. Quando nos conectamos com outras pessoas, abrimos espaço para doar e ajudar o próximo e isso inclui muito contato visual e sorrisos, com um sentimento de gratidão por se conectar ao outro.
Evite álcool e drogas
Fique longe de álcool e drogas especialmente ilegais, que podem interferir com medicamentos para depressão e alterar o seu humor – e não de um jeito bom.
O álcool é um depressor, e muitas drogas empobrecem a serotonina e a dopamina, que são importantes neurotransmissores em relação ao humor. Assim, recomenda-se que pessoas em tratamento contra depressão se abstenham de álcool, mesmo socialmente.
Mantenha uma atitude de gratidão
A gratidão é uma atitude e um estilo de vida que demonstraram ter muitos benefícios em termos de saúde, felicidade, satisfação com a vida e a forma como nos relacionamos com os outros. Ou seja, ela anda de mãos dadas com a atenção plena em seu foco no presente e a apreciação pelo que temos agora, em vez de querer mais e mais.
Sentir e expressar gratidão transforma nosso foco mental em positivo, o que compensa a tendência natural do nosso cérebro de se concentrar em ameaças, preocupações e aspectos negativos da vida.
De tal forma, a gratidão cria emoções positivas, como alegria, amor e contentamento, que a pesquisa mostra pode desfazer o aperto de emoções negativas, como a ansiedade. Promover a gratidão também pode ampliar seu pensamento e criar ciclos positivos de pensamento e comportamento de maneira saudável e positiva.
Fonte:
American Psychiatric Association
Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais 5.ª edição (2013)
* Conforme artigo atualizado em 12/12/2019