O documentário “Floating Justice” ou Justiça Flutuante, produzido durante uma edição da Jornada Itinerante Fluvial do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP) realizada em 2017, no Arquipélago do Bailique, foi premiado no Festival de Cinema Internacional, ocorrido em Portugal. O documentário teve produção e direção de Leila Lak, direção de fotografia Nádia Sussman, produção local Alice Kasnar, edição e pós-produção Ricardo D’Aguiar.
Todo o trabalho da Justiça Fluvial, a época coordenado pelo juiz Luciano Assis, foi acompanhado e filmado pela equipe de jornalistas. As profissionais ficaram entusiasmadas e afirmaram que jamais tinham visto algo parecido. Um juiz de camiseta e com os pés na lama para resolver problemas legais e prestar diversos outros serviços ao ribeirinho, promovendo, além da justiça, a cidadania.
O documentário mostra depoimentos reais. São pessoas que têm dificuldades de vir à capital em busca de solução para seus conflitos, e tem na Justiça Itinerante um braço forte para garantir seus direitos. “Às vezes a letra fria da lei não atende aos interesses das comunidades mais distantes e a Jornada Itinerante, o juiz itinerante precisam ter esta sensibilidade de intermediar a lei para atender aos interesses dos ribeirinhos”, relatou o magistrado Luciano Assis em trecho do documentário.
Em um dos casos relatados no filme a equipe se embrenhou na mata para acompanhar o magistrado durante uma diligência sobre processo por disputa de terras, que durava anos. “Embora as partes tivessem chegado a um consenso não conseguiam enxergar os limites do direito de cada um e isso nos motivou a nos deslocarmos até a área para averiguar esses marcos, a fim de que passassem a ser respeitados tanto para um vizinho quanto para o outro”, narrou o magistrado no documentário”.