As doenças hematológicas mais comuns em crianças são anemia por deficiência de ferro, anemia falciforme e trombocitopenia imune primaria (PTI), que é mais conhecida como púrpura.
2. Quais os sinais e sintomas encontrados na púrpura, suas causas e a expectativa de cura?
A púrpura é caracterizada pela redução das plaquetas e costuma se manifestar com sangramentos em pele e mucosas. Geralmente aparecerem manchas roxas (equimoses) e pontinhos vermelhos na pele (petéquias). Os pacientes também podem apresentar sangramentos na boca ou nariz. A doença costuma ser desencadeada 1 a 4 semanas após infecções ou vacinas. Cerca de 70 a 80% dos casos curam antes de 3 meses.
3. O que sente um paciente que tem anemia por deficiência de ferro? Quais são os principais fatores de risco para desenvolver esta anemia e qual o seu tratamento?
Um paciente com anemia ferropriva pode ter sintomas como fraqueza e cansaço, caso a anemia seja de instalação rápida. Crianças com anemia por deficiência de ferro também podem ter atraso no desenvolvimento motor e de linguagem, dificuldade de aprendizado, perda de apetite e alterações na imunidade.
Os principais fatores de risco são: mãe com deficiência de ferro, não administração de ferro preventivo na gestante e bebê, prematuridade, uso de leite de vaca antes de 1 ano, alimentação pobre em ferro, obesidade e sangramento intestinal. O tratamento geralmente é feito com reposição de ferro por via oral, com cura na grande maioria dos casos.
4. Das doenças genéticas qual é a mais comum? Quais são os seus sintomas e perspectiva de cura?
A doença genética hematológica mais comum é a anemia falciforme, que ocorre por defeito na formação da hemoglobina.
Esta doença pode levar a um risco aumentado de infecções, crises de dor, pneumonia, anemia aguda, problemas nos rins e nos olhos. O único tratamento curativo para esta doença é o transplante de medula óssea.
5. As crianças podem ter doença maligna no sangue? O que se utiliza no tratamento? Podemos esperar a cura?
Podem, sim. A doença maligna do sangue é chamada de leucemia. A leucemia mais comum da infância é a leucemia linfóide aguda. O tratamento é feito com uma combinação de medicamentos quimioterápicos e a cura pode chegar a 90% dos casos quando o diagnóstico é realizado precocemente.
6. O sangramento nasal é um evento comum e as vezes traumático para os pais. Ele tem relação com doenças hematológicas?
O sangramento nasal na maioria das vezes não se deve a causas hematológicas. A causa mais comum de sangramento nasal recorrente é relacionada a alergia no nariz, também conhecida como rinite alérgica. Quando descartada esta causa ou devidamente tratada, aí sim é importante investigar causas hematológicas.
7. O que podemos fazer quando um filho tem um sangramento nasal?
Algumas dicas para estancar o sangramento são: inclinar a cabeça para trás, colocar um algodão na narina que está sangrando, comprimir o nariz com o dedo e realizar compressas geladas no local.a
Amanda Letícia Bezerra Campos
Médica pela UEPA.
Pediatra pela UNIFESP.
Hematologista Pediátrica pela USP.
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