O Governo do Estado do Amapá (GEA) realizou nesta terça-feira, 21, no Parque do Forte, em Macapá, uma programação alusiva ao Dia da Luta Antimanicomial, comemorado em 18 de maio. Com rodas de conversa, intervenções artísticas, plantão psicológico, orientações e divulgação dos serviços da Rede de Atenção Psicossocial, o evento chamou a atenção para a importância de discutir sobre saúde mental.
A coordenadora do evento, Jessyka Oliveira, explicou que é fundamental acabar com o estigma de que pessoas com doenças mentais devem ser separadas do convívio em sociedade. “Precisamos mostrar que esses pacientes possuem direitos e podem cuidar da saúde sem precisar ficar preso em uma instituição. Mostrar para a população, e principalmente para a família, que eles são capazes de continuar a sua vida normal como qualquer outra pessoa”, explicou Oliveira.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) já está adequada às novas resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM), quando o assunto é atendimento psiquiátrico. Em caso de surto, o paciente deve ser encaminhado para avaliação com o médico psiquiatra plantonista no Hospital de Emergência (HE) para ser estabilizado e, caso seja avaliado pela equipe médica a continuidade na internação, ele seguirá para o setor de psiquiatria do Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal).
No Hcal, além do atendimento psiquiátrico, o paciente ainda conta com ambientes para terapias, como a sala de praxiterapia, onde serão realizadas atividades lúdicas, terapêuticas e físicas, biblioteca e sala de vídeo para o lazer dos pacientes.
A rede estadual de atendimento possui, ainda, os Centros de Atenção Psicossocial Casa da Gentileza (Caps) e Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD). Juntos, os dois Centros atendem mais de 3 mil pacientes com serviços de acolhimento, terapia ocupacional, oficinas, atendimento com psiquiatra, clínico geral, psicólogo e assistente social.
Para o assistente social e paciente dos Caps Gentiliza e AD, Elinaldo Ribeiro, 44 anos, o atendimento sem internação é essencial para promover a integração do paciente e da família no tratamento. “O serviço me ofereceu o tratamento humanizado, a principal importância para quem está com um sofrimento psíquico é o acolhimento. Temos autonomia de saber e escolher a forma como vamos ser tratados. Não que a internação não seja necessária, mas deve ser usada para a estabilização do usuário, não como forma de tratamento”, avaliou Ribeiro.
Movimento da Luta Antimanicomial
Iniciado na década de 70, o Movimento da Luta Antimanicomial defende os direitos das pessoas com sofrimento mental e a importância da sua inclusão social assim como o combate ao preconceito e ao isolamento de pessoas com doenças mentais.