Ouço ecos de tantos passos, voos, remadas de barcos à vela ou das caravelas e os motores barulhentos de barcos nas águas doces ou mareadas, salgadas, perseguidos pelos silêncios dos repousos à sombra das árvores sob o frescor das ramagens e folhagens ao sopro dos ventos vindos do Norte ou Leste.
Há tanto encanto em minha miragem, o infinito.
Ausculto o palpitar do eu em mim, abraço-me em ternura de estar comigo em alternâncias de
chegar e partir, em suspiros de amar e sorrir com um aceno de adeus ao fim; em estremecer e tremer ao aconchegar-me em mãos estendidas para mim ou em encontros inesperados nas manhãs despertas ou nas noites adormecidas nos confins de mim.
Há tantos sertões em minha memória, cósmicos rincões.
Vagueio por entre lembranças ora inóspitas, ora afáveis, são toques e carícias nas penumbras dos sóis do meio-dia ou do banho prata da lua maestrina em acordes de serestas e de olhares em lânguidos convites entre sonhos e realidades circunscritas ao âmago do bailar de corações nos cantos de amor de meus amores.
Há tantos caminhos e descaminhos até eu me encontrar em mim, aqui.
Os pés no chão, o olhar além, em territórios de desconhecidas rotas e pernoites com mistérios sem fim… Um livro de páginas escritas, ora em linguagem simples, ora com construções de um Barroco rebuscado; algumas páginas desenhadas, outras rabiscadas, codificadas e as libertadoras páginas não folheadas…