O Brasil, único ícone lusitana nesse vasto mundo hispânico com algumas ilhas de domínio francês, holandês e inglês, se destacou uma rocha cultural que depois da luta de Guararapes, quando da expulsão dos Holandeses, a amálgama tri-étnica (índio, negro e caucasianos) formataram essa bela Nação chamada Brasil.
Passados 528 anos de Tordesilhas, nos deparamos com um novo marco de separação, não para conquistar terras dos ameríndios em nome da força e da igreja, mas para segregar uma Nação de alma coletiva forjada em muitos sacrifícios que até os primeiros resultados dessa eleição ideologizada no etnocentrismo onde Nortistas e Nordestinos são tratados como sub cidadãos que podem ser chamados ao voto pela sedução das missangas eleitorais ou instigados a votar para um dos latos pela sedução de discursos recheados de veneno ou como subproduto das oferendas de água e comida.
Como geólogo nascido no Ceará vivi em 5 estados nordestinos mapeando serras e chapadas e sempre fiquei maravilhado em ver a fibra, coragem e amor ao próximo, dessa gente que Euclides da Cunha então conseguiu defini-lo na sua grandeza, quando estudou a grande epopeia de Canudos, sintetizando o valor desta bela gente: “O Nordestino, antes de duto, é um forte”.
Esses últimos quarenta anos vivi, na Amazônia. Rondônia, Amazonas, Pará, Roraima e meu muito amado Amapá. Percebi que nessa imensa Amazônia, os portugueses, os indígenas, negros, nordestinos e irmãos do Sul do Brasil, formataram um jardim derivado de homens corajosos e patriotas. Não há um único Estado do Norte que não se fez brasileiro pelos escribas. Todos foram moldados no trabalho, na luta por seu território e nas ocupações econômicas como os ciclos da borracha que levaram centenas de milhares de vidas.
Da calha do Amazonas aos atuais contornos de nossa fronteira tivemos muitas lutas e sangue de patriotas, especialmente nortistas e Nordestinos, derramados ou mortos pelas barreiras biológicas da grande Hileia de Humboldt, exemplos mais importantes temos no Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Pará e Amapá.
Essas eleições dualistas onde a grande busca dos candidatos é definir quem será o mal e de que forma poderá despertar e segregar o ódio entre brasileiros nessas regiões como Nações inimigas: Norte e Nordeste contra Sul e Sudeste. Pobres e Ricos e finalmente bons e maus.
Nessa toada estejamos certo de que a estação de chegada após o anúncio das apurações do 2º Segundo Turno teremos três derrotados: quem vencer as eleições, pois não irá governar, enquanto quem perdeu se tornará um exército enebriado pelo ódio e ante verdades e, finalmente, o terceiro derrotado, o Brasil de uma única e bela Nação, será divido como mais uma Tordesilhas, desta vez dividindo a mossa Nação entre os vitoriosos e os derrotados.
Esse enfraquecimento da unidade nacional e do pacto federativo poderá abrir uma imensa fenda tectônica na consolidação constitucional de nossa República Federativa do Brasil abrindo a possibilidade de separação não de novos estados, mas de novos Estados Nacionais, formatados pela união ideológica de algumas regiões, em especial a Sul, Sudeste e Centro Oeste. Assim temos que lembrar o grande filósofo estadista alemão Johan Wolfgang Von Goethe que com plenitude e cosmovisão disse: “Por onde passa o pensamento, cinquenta anos mais tarde passarão os canhões”. Quem viver verá!
Os homens públicos nonagenários que deveriam estar colocando água na fervura estão, como colegiais entumecidos de hormônios, atiçando mais lenha na fogueira apenas para terem um prazer supra material, de derrotar o próprio Brasil. O dia 30/10/22 poderá marcar uma ruptura social, algo que estudamos em outras nações onde patriotas matam seus compatriotas apenas pela violência ideológica, etnocentrista ou cultural.
Temos mais de dez cidades com mais de três milhões de habitantes e uma Amazônia com 25 milhões de habitantes e um território maior que a Europa Ocidental bordejada por Estados Nacionais onde as suas fronteiras com o Brasil já são governadas pelo poder das drogas e dos metais. Quem menos manda nas fronteiras panamericanas são os governos desses Estados Nacionais.
O interior da Grande Floresta está menos habitado e mais antropizado. Estradas e energia fortalecem a tecnificação das economias no meio rural amazônico. O catador de castanha do Brasil usa quadriciclo ultramoderno e os garimpeiros usam retroescavadeira. As cidades amazônidas são a gêneses dessa agonia e do caos ambiental de nossa região. O nosso País, precisa respeitar o jeito de ser dos Nordestinos e o direito das sociedades amazônidas explorar as riquezas enquanto podem. Se ela existe em mais de 80% é porque sabemos conservá-la e usá-la com equilíbrio mantendo homem, trabalho e natureza em harmonia.
Em respeito aos Nordestinos e Nortista, saibam pedir voto. Estudem as nossas realidades. Coloquem olhos nos pés e venham de verdade conhecer nossas realidades para serem dignos de proporem mudanças verdadeiras para o bem-estar social de nossas vidas. O Norte e Nordeste Merecem, acima de tudo e de todos, respeito. Pois se vivemos por gerações nessas regiões enfrentando desafios gigantes é porque o nosso Criador sempre foi por nós.
Nós, brasileiros que amamos nosso País, podemos e devemos pedir voto e defender as bandeiras programáticas do nosso Candidato, seja Lula ou Bolsonaro. Mas ir ao fundo do poço raspar antiverdades, insuflações ao ódio, consolidar apoios fraudulentos e utilizar de meios midiáticos e de pesquisa para enganar o Brasil e fraudar nossas esperanças e ameaçar nosso futuro, devemos rejeitar e combater essas vias que destroem a democracia e enfraquecem nossa República.
Em menos de 50 anos, enfrentaremos o início de um apocalipse hídrico na grande região central e árida do Nordeste. Somente um estado nacional forte, com uma Nação única, unida e sólida poderá socorrer esse cataclisma que se anuncia lento e silencioso.
Será no Brasil amazônico que teremos a solução para evitar, que no futuro, o Nordeste árido seja marcado pela inanição de suas economias locais, desantropização de suas sociedades rurais e nasça um novo êxodo de refugiados ambientais em direção à Amazônia.
Não basta parte da Nação comemorar o podium de maior potência agrícola da Planeta Terra, enquanto Norte e Nordeste vivem sob o chicote da pobreza e do etnocentrismo de outras regiões de nosso próprio Brasil.
Essa eleição de 2022, que se encerram no dia 30/;10/2022, com certeza escolherá apenas um dos dois candidatos que deverá se fazer num ambiente respeitoso e democrático.
Não estamos no México, em 1520, na guerra fratricida igual àquela travada entre Hernán Cortés (Espanhóis) e Montezuma (Povo Asteca). Somos um só povo que irá escolher democraticamente, pela via soberana do voto, o Presidente do Brasil que nos governará e comandará, por mais 4 anos, o destino de nossa Nação.
Assim nada melhor do que finalizar pedido ao nosso Criador que nos ilumine com sabedoria, paz e possa deixar a vitória das urnas ser de todos os brasileiros
Que as palavras duram de Og Sperie possa servir de alerta a todos nós: temos que separar a democracia e a Liberdade de expressão, da falta de respeito… é impressionante vermos pessoas que lutam por direitos, igualdade e dignidade, utilizando as armas do desrespeito.” Votar é mais do que uma escolha é dar voz livre de nossa Nação.
MsC. Antonio Feijão