Sem mencionar que o redirecionamento do centro de poder mundial, há algum tempo, tem como corolário um conjunto de violações de direitos humanos, com convênios a instituições educacionais, com degradação ao meio ambiente e, de quebra, com o encurralamento dos signatários e simpatizantes em dívidas impagáveis: novo império, nova rota, novo cinturão, novas colônias.
Alguns países na América já simpatizam com a Iniciativa Cinturão e Rota (BRI) ou, simplesmente, a Nova Rota da Seda. A Argentina aderiu oficialmente. O Brasil segue a todo vapor, no mesmo sentido. O que esses países recebem em troca de pactuar com o império chinês? Financiamento e pactos em diversas áreas – da economia ao meio ambiente, passando pela cultura, tecnologia, saúde, infraestrutura e outras.
É o governo chinês operando globalmente e o mundo – Ásia, África, Europa, Oceania e, também, América Latina – lhe devendo, eternamente. Sair da Rota não dá e entrar custa caro.
A China já investiu alguns bilhões de dólares, tanto como compradora quanto investidora, na América Latina. Os discursos, as promessas e as ofertas chinesas fazem, de fato, jus a uma civilização comunista global. A China não está de “boa samaritana”, cobrindo dívidas dos países e fazendo investimentos diversos. Ela vem, na verdade, substituindo as potências colonialistas dos séculos passados.
A grande questão é: até quando a China vai precisar de produtos primários vindos da Nova Rota? Posto que seja extrapolado o endividamento com os chineses, continuam os devedores sendo necessários em acordos comerciais até quando?
Disso decorre o domínio posterior total do governo chinês a não quitação: entrega de portos, regiões e serviços essenciais. Não bastasse, o plano de expansão chinês inclui algumas condicionantes, como a participação das empresas e dos chineses por aqui.
No Brasil, o cenário tem ficado bem preocupante: sem limites orquestrados a longo prazo, a economia vai responder, negativamente, sufocada, ainda, pelas afinidades do governo comunista de lá com a socialdemocracia de cá. Dinheiro por dinheiro não justifica a adesão nacional ao Cinturão, mas sinaliza positivamente os investimentos aos governos estaduais – o que já vem sendo praticado.
Alguns entendidos do assunto afirmam que o Brasil em cima do muro teria poder de barganha maior – nem G7, nem Cinturão Chinês. Do alto do muro, o Brasil iria carecer de saber o que quer e o porquê de cada querer, em ambas as relações. Sem pressão e sem tensão.
Até porque não é de agora que os entes subnacionais, os estados brasileiros, crescem em endividamento com a China, em áreas estratégicas e sensíveis. E isso pode aumentar, consideravelmente, a depender da decisão presidencial, desta semana, quando o Presidente Lula se reúne com o novo líder mundial, Xi Jinping.
Os que defendem a entrada do Brasil, atribuem, inclusive, as precárias e históricas condições de infraestrutura à falta de investimentos! Traduzindo: falta dinheiro torna o Brasil o que é! Pasmem!
Quem articula e defende essa união Brasil-China não vai viver mais cem anos e assistir represálias do Grupo ocidental, nem a entrega da soberania ao novo Líder oriental. É bom lembrar que o Brasil é gigante para viver “de joelhos” e a China é vitoriosa, não entra para perder e vai depor qualquer gigante que ousar ludibriar ou desviar a rota. Em cima do muro, qualquer um é alvo fácil.