A cantora Nana Caymmi, uma das vozes mais emblemáticas da música brasileira, faleceu nesta quinta-feira (1/5), aos 83 anos. Nana havia comemorado seu aniversário de 84 anos na última terça-feira (29/4), já em um estado de saúde delicado.
De acordo com seu irmão, o músico Danilo Caymmi, a cantora sofreu uma overdose de opioides, o que agravou sua condição. Em suas redes sociais, Danilo gravou um vídeo falando sobre o momento de luto.
O discurso emocionado de Danilo Caymmi
“É com pesar que comunico o falecimento da minha irmã Nana Caymmi. Estamos muito chocados e tristes. Ela passou nove meses de sofrimento no hospital e na UTI, enfrentando um processo muito doloroso, com várias comorbidades. O Brasil perde uma grande cantora, uma das maiores intérpretes que o país já viu”, disse ele.
“Nós estamos todos muito tristes. Mas ela penou nove meses de sofrimento intenso dentro de uma UTI de hospital”, finalizou dizendo o músico visivelmente emocionado.
O quadro de saúde de Nana Caymmi
Internada desde agosto do ano passado na Clínica São José, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, Nana enfrentava complicações após ser diagnosticada com arritmia cardíaca. Ela passou por procedimentos como cateterismo e traqueostomia.
Na terça-feira, a cantora recebeu reposição de glicose e teve sua medicação ajustada pelos médicos.
Relembre a carreira de Nana Caymmi
Filha de Dorival Caymmi e Stella Maris, Nana Caymmi nasceu no Rio de Janeiro, em 1941, e cresceu cercada por música. Apesar de ter iniciado sua trajetória artística ainda na década de 1960, foi só a partir dos anos 1970 que sua voz grave e intensa encontrou maior espaço na MPB.
Com interpretações profundas e uma presença marcante, ela se firmou como uma das maiores intérpretes da música brasileira. Resposta ao Tempo e Mudança dos Ventos são apenas dois entre os inúmeros sucessos que marcaram a trajetória de Nana Caymmi, cuja carreira atravessou gerações e estilos.
A cantora também brilhou com interpretações memoráveis de clássicos como Cais, de Milton Nascimento, e O Que É O Que É, de Gonzaguinha, sempre imprimindo um toque pessoal de intensidade e melancolia.
O reconhecimento da crítica veio em diversas fases, especialmente com seus discos lançados entre os anos 1980 e 1990, muitos deles em parceria com o produtor José Milton.
Nesse período, Nana eternizou obras de compositores como Tom Jobim, Chico Buarque, Dori Caymmi e Ivan Lins. Seu estilo singular, que unia sofisticação vocal e um repertório afetivo, conquistou um público fiel e consolidou sua imagem como uma artista de personalidade forte e refinamento musical.
Ao longo das décadas, Nana lançou mais de 20 álbuns, recebeu prêmios importantes e teve sua trajetória reverenciada por diferentes gerações.
Fonte: Fábia Oliveira/Metrópoles