Gazeta. Como surgiu a ideia da sua pré-candidatura à prefeito de Macapá?
A ideia surgiu dos amigos, dos parlamentares, dos assessores, de pacientes, de vizinhos, colegas das mais variadas profissões e de segmentos partidários, não foi uma ideia deliberada minha em busca de poder. Aderi a ideia porque Macapá foi a cidade que me acolheu há 15 anos, aqui construí família, consolidei minha profissão, criei um serviço que não existia e que já salvou milhares de amapaenses com mais de 3 mil operados, iniciei os trabalhados da clínica popular do coração que atende milhares de pessoas anualmente com consultas e exames a preços populares e oferece gratuidade para pessoas em vulnerabilidade social e estou como deputado estadual num projeto político de representatividade popular.
Hoje percebo que Macapá, que concentra quase meio milhão de pessoas, precisa resolver os problemas cruciais onde estão concentrados a maior população do estado. Garantir acesso a prevenção em saúde e tratamento imediato, geração de emprego, acesso à educação infantil e ensino fundamental de qualidade, imprescindível para alfabetização, formação de cidadãos responsáveis com o meio ambiente e no trânsito, entre outros.
Considero isso como a chave para possibilitar qualidade de vida para os munícipes de Macapá é o que me motiva a abraçar esse projeto de organizar o plano diretor da nossa cidade para 2050.
Gazeta. Dentro do processo político, que tem como objetivo a PMM, com quais apoios pode contar?
Já temos um grupo composto por bons quadros com os deputados estaduais Dr. Vitor, Jori Oeiras, Max da AABB e Diogo Senior, logo teremos adesão de parlamentares da bancada federal que estamos ainda conversando. O partido Social Cristão (PSC) já acompanha o partido Cidadania nesse projeto de cuidar de Macapá.
Gazeta. O senhor se sente preparado para administrar a cidade?
Eu tenho plena certeza que em nenhum nível de governo o gestor do executivo administra exclusivamente só. Nem quero assumir, se me eleger, batendo no peito dizendo que eu sou capaz de fazer sozinho.
Todos os mecanismos de gestão hoje apontam que o compartilhamento da gestão com segmentos sociais e organizações governamentais são a base para o sucesso da gestão.
Eu estou preparado para isso, formar a melhor equipe de governo, integrar as gerencias de cada pasta municipal, com os melhores quadros técnicos a frente delas, escutando a população, enfim vou coordenar cada atividade para que a atividade fim da prefeitura tenha como objetivo resolver os problemas da cidade, dando a Macapá o protagonismo que ela merece, fazendo dela uma cidade boa de se viver, com serviços municipais chegando a população, empregos sendo gerados, economia aquecida e geração de renda.
Gazeta Qual seu programa de governo?
O cidadania, partido que me identifico e levanto a sua bandeiras de luta, tem projetos para o desenvolvimentos de cidades que são inovadores, eficientes e eficazes, e já tem sua aplicabilidade validade em várias cidades brasileiras como o Vitória capital do Espirito santo.
Economia criativa, Bioeconomia, turismo são elementos que vão receber especial atenção, pois são capazes de gerar cadeias produtivas com alto valor agregado, geração direta de empregos e distribuição de renda. Precisando apenas de capital humano, cultura e uso de criatividade com elementos de criação e desenvolvimento e a prefeitura tem q fomentar isso.
Não vamos esquecer da indústria e comércios tradicionais, criando condições de capacitação e fomentos que estimule o empreendedorismo, tirando a população sem emprego da informalidade. Nesse campo vou criar a Agência de Fomentos Municipal para criar linhas de microcréditos para esses pequenos empreendedores, Macapá vai se transformar na primeira cidade do estado a oferecer esses serviços o que vai possibilitar que o dono de amassadeira, o dono do miniboxe, a agricultura familiar vai ter acesso a aporte financeiros para criar, expandir ou adequar seus negócios, garantir as empresas Eireles e ao MEI linhas de créditos. Os recursos para isso existem no BNDS e no fundo amazônico e vão ser capitados com esse objetivo.
As parcerias com SESI e SENAI vão ser frequentes para capacitar os trabalhadores que querem se capacitar em sua área ou se inseridos em novas áreas do trabalho como energia solar.
Com apenas este exemplo, já mostramos o potencial que nosso plano de governo tem para geração e distribuição pelo emprego.
Na educação a inclusão e o respeito a todos será chave para o desenvolvimento das inteligências múltiplas, pautando o plano de ensino municipal. Iniciaremos o piloto da escola integral, garantindo ocupação e formação complementar em música, teatro, jogos, robótica, dança, artesanato e produção literária para os alunos. Com isso, os egressos das escolas infantis e de ensino fundamental do município vão agregar capital cognitivo que vão ser diferenciais em sua vida adulta, preparando eles para o mundo digital, com suas infinitas possibilidades.
Vem muita coisa boa para saúde, gestão de resíduos sólidos, educação, transporte público, geração de emprego, mobilidade urbana, organização dos espaços de lazer e entretenimento da cidade. Além de passos inovadores na gestão de pessoas, com formação e valorização dos servidores municipais, ampliação da capacidade operacional da guarda municipal, além da implantação da política de saúde do trabalhador.
Gazeta. Que projetos defende?
Temos vários projetos na área de energia sustentável, como financiamento para pequenos empreendedores que queiram se tornar autossuficiente em energia. Criação da escola do SUS para capacitação dos servidores municipais, criação do centro de valorização dos servidores da educação, estabelecimento da mesa de negociação do SUS, projeto de cooperativas para fomentar a gestão de resíduos sólidos, gerando emprego e renda e proteção ambiental. Fomento para atividades de produção da agricultura familiar na criação de peixes, suínos, aves. Incrementando a produção do cinturão verde de Macapá. Enfim temos trabalho, técnicos, expertise e as condições necessárias para fazer de Macapá uma cidade melhor. Uma inovação vai ser a atenção dispensada para proteção da saúde animal, com implantação do castramóvel e politica adoção de animais junto ao canil municipal.
Gazeta. Especificamente qual a área do município que mais precisa ser trabalhada?
Posso elencar 3 áreas prioritárias. Primeiro arrecadação e finanças, precisamos reduzir perdas, estimular o contribuinte com bom serviço, aumentar a arrecadação. Com isso aumenta nosso potencial para investimento no município. A título de exemplo temos muita inadimplência em IPTU e ITBI que são tributos que tem um retorno social imenso quando bem investidos.
Segundo a saúde, vou assumir a prefeitura do maior município do Amapá. O Estado que lidera os números em mortalidade infantil, infecção por sífilis e sífilis congênita. Tenho um sistema municipal de saúde muito tímido, muito tradicional, com a ação Unidades Básicas de saúde e estratégia de saúde da família com baixa cobertura.
Vamos usar o credenciamento em gestão plena do sistema único de saúde e inovar na saúde municipal. A inovação em saúde coletiva (que a população chama de atenção básica) é chave para termos menos mortalidade materna, menos mortalidade infantil, menos adultos jovens com doenças cardiocirculatórias, com população educada para redução de mortes por agravos externos.
Para isso, implantação de centros de referência em saúde da mulher, centro de referência em saúde da criança (puericultura), criação do no programa de saúde da família escolar são primordiais para isso e nós vamos implantar isso nos primeiros 15 meses de governo, usando a estrutura existente, selecionando os técnicos das áreas para inovar nesses segmentos. Em curto prazo a saúde vai ficar de cara novo, pois a população vai saber que pode ir naquele serviço que vai ter sua demanda resolvida.
Mobilidade urbana, manutenção de ruas e avenidas, garantir trafegabilidades das vias públicas é outra frente que merece atenção e medidas urgentes para garantir segurança, com ampliação da sinalização horizontal e vertical, prevenindo a ocorrência de acidentes e o direito de ir e vir de cada cidadão sem o risco de ter seu carro quebrado ou não chegar ao compromisso por atraso do transporte público.
Gazeta. Como médico como o senhor está vendo a crise na saúde do estado do Amapá?
É uma crise de gestão. Temos muita demanda reprimida, serviços sucateados, trabalhadores desmotivados e sem condições mínimas de trabalho e o governo mostra um inercia imensa em criar soluções que resolvam a curto e a médio prazo estes problemas.
Hoje o governo esconde que não consegue arrecadar mais recursos do fundo nacional de saúde porque não consegue comprovar que os gastos foram aplicados nos serviços. Se observamos quanto fatura cada unidade de saúde de média e alta complexidade do estado vamos perceber que não se arrecada 20% do que ela custa. O governo não escuta quando dizemos que temos que profissionalizar o setor de faturamento das unidades de saúde, temos que habilitar mais leitos, criar as condições de financiamento para atrair mais recursos de custeios. Isso incrementaria e sanaria muitas demandas que temos.
Gazeta. Qual o maior gargalo?
Saúde materno infantil, amargamos péssimos indicadores nacionais que implicam em uma serie de escores negativos para o estado.
Faturamento hospitalar .
Credenciamento de leitos juntos ao Ministério da saúde.
Serviços de altar complexidade com oncologia, traumato-ortopedia, e diagnostico por imagens.
Gazeta. Qual seria a solução?
Conseguir organizar a estrutura física e recursos humanos para habilitar os leitos junto ao fundo nacional de saúde, aumentando a arrecadação.
Criar serviços que de alta complexidade que não temos no estado para gastar menos como o programa de tratamento fora de domicilio, principalmente na área de oncologia.
Melhorar as portas de entrada de urgência e emergência do estado, com a criação do hospital do trauma. Não conseguimos mais resolutividade para quase cerca de 850 mil habitantes com um setor de traumatologia com 3 macas e um centro cirúrgico com duas salas funcionando.
Gazeta. Porque o senhor, como deputado, não fiscaliza mais os problemas que a população enfrenta e cria mais mecanismos para a solução?
Como parlamentar atuei em linha de frente nas questões de saúde que cabem ao parlamento, fiz visitas juntos com ministério público estadual, conselhos representantes entidades de classes, produzimos relatórios, realizamos audiências públicas, temos inúmeras indicações e requerimentos que mostram a atividade parlamentar nesse requerimento. Tudo dentro da minha competência, respeitando a independência dos poderes e o respeito ao gestor. Contudo, o executivo não se mostra favorável a adoção destas medidas, prefere continuar com o planejamento pré-definido que já mostrou que não está dando certo e que precisa de ajustes.
Posso citar duas situações especificas o veto que tivemos ao projeto de transparência na fila de exames, procedimentos e cirurgias no SUS e as emendas ao orçamento que apresentamos para a estruturação da CAESA. Esse e o trabalho parlamentar que sempre vou exercer de defender a população e garantir que ela tenha condições de exercer sua cidadania.
Gazeta. Para finalizar
Tenho plena certeza das potencialidades que podem fazer Macapá uma cidade acolhedora, com acesso, disponibilidade e resolutividades dos serviços de saúde, acesso à educação infantil e fundamental para todos os residentes em idade escolar, capacidade de cada empreendedor abrir e conseguir seu sustento com sua atividade, ter ambientes para lazer e atividades culturais que movimentem a cidade.
Enfim um governo reto, que otimize a gestão que respeite as diversidades e garanta desenvolvimento com equidade e respeite o meio ambiente.