Fernando falou que acredita que o festival irá se perpetuar e que o evento é apenas a 1º das muitas edições que virão, “a ideia do festival surgiu depois que Benoit Waddy descobriu que muitos músicos da guianenses tem familiares brasileiros no Oiapoque e resolveu se juntar com Denis Lapassion e Edmard Elfort para fazer o projeto do festival, o projeto é muito bom e deve continuar, essa é só a primeira edição, mas virão outras”, conta Fernando.
Fernando Ferrer também é descendente de brasileiros, seu pai veio parar na Guiana Francesa em 1951 depois de fugir da Espanha e da ditadura de Francisco Franco, “meu pai veio para a Guiana, mas a ideia era conhecer o Brasil, então atravessou a fronteira, mas se estabeleceu no Oiapoque porque conheceu e casou com a minha mãe, que era filha do prefeito Rocque de Souza Pennafort, até 1964 meus pais permaneceram em Oiapoque só saíram para se estabelecer na Guiana depois do golpe militar, meu pai novamente teve que fugir de uma ditadura, só que dessa vez levou minha mãe e irmãos, eu nasci na Guiana em 1969”.
Todos os músicos convidados para se apresentar no festival tem algum tipo de ligação com o Rio Oiapoque, seja do lado francês ou do lado brasileiro. É a história dessa mistura francesa e brasileira que será contada durante o festival, “não será apenas um encontro musical e sim um grande encontro cultural onde teremos palestras, workshop, masterclass e também shows musicais com artistas franceses e brasileiros”.
Fernando ressalta que o festival é importante porque vai promover o resgate da história do povo da fronteira, “a história da vida, da cultura e do povo do Oiapoque será recontada e resgatada, essa é uma história que está se perdendo e o festival é uma forma de trazer de volta esse passado”.
O Duo Katlanmen apresentará um show composto de músicas da Guiana Francesa, do Caribe e de jazz, “é um show colorido e diferente que tenho certeza vai agradar ao público do festival. Seremos eu e Aymerick Létard, pianista que toca comigo, teremos também um convidado especial que é o Antonio André, saxofonista angolano. Nosso conceito é instrumental, mas o convidado saxofonista vai cantar umas músicas de angola”, finaliza.
O Cafez’Oca – Festival Internacional de Jazz abre oficialmente no dia 30 de maio às 18h no Campus do Instituto Federal do Amapá (IFAP), mas as 11h da manhã a equipe organizadora e algumas atrações vão se reunir em uma grande coletiva para a imprensa no auditório do SEBRAE, para falar sobre toda a programação que acontecerá durante os três dias do evento.
Acompanhe a programação
Dia 30 de maio
18h • palestras no auditório do IFAP
• Eugène EPAILLY – Historiadora da Guiana Francesa • História do Cafezoca;
• Marie-Françoise PINDARD- Musicóloga da Guiana Francesa • Os ritmos tradicionais créoles da Guiana Francesa;
• Zé MIGUEL – Artista do Brasil • A música amapaense;
• Expo livres
31 de maio
10h • IFAP
• João Dorismar DA PAIXÃO – Juriste (Brésil) • História do Oiapoque;
• Emile LANOU – Pédagogue (Guyane) • Jazz made in Guyane
• Expo livres
1 de junho
11h • Masterclass IFAP;
Voz – Régine Lapassion;
Piano – Jeffrei Reidig;
Contrabaixo – Victor Sabas;
Programação musical dia 31 – Hangar Lunay
18h30 Fanfarra Nabuco (Brasil)
18h50 Coral Joachim Caetano da Silva (Brasil)
19h10 – Pablo Santos (Brasill)
19h40 – Katlanmen e Antonio André (Guiana Francesa e Angola) – Jazz amazônico e afro-caribenho
20h20 – Ariel Moura (Brasil) – Soul, Jazz e Pop brasileiro
21h10 Victor Sabas (Guiana Francesa) – Jazz guianense e afro-americano
22h00 – Régine Lapassion (Guiana Francesa) – Soul & World Music
22h50 – Grupo Amazon Music (Brasil) – Jazz Fusion
23h40 – Friroots Trio (Guiana Francesa) – Jazz évolutif