Tudo começou na China, no oriente, do outro lado do mundo para nós brasileiros, em uma feira ao ar livre que vendia morcego para servir de refeição para milhares de chineses que se alimentam desse animal (e os que comem queixada, onça, cutia, jabuti, perema, paca, tatu, veado, capivara, anta, macaco e mucura condenam quem come morcego), alguns dizem que é por causa do sistema político que não combate a fome e a miséria do país, outros dizem que é por questão cultural que há tempos eles se alimentam desse e de outros tipos de animais que os ocidentais sequer imaginam em uma panela.
Como foi do outro lado do mundo, ninguém acreditou que chegaria nessas “paragens”, mas como o ser humano é imbecil por natureza, eis que o vacilo com a covid-19 fez ele ganhar o mundo como os milhões de produtos chineses o fazem diariamente, sim, não adianta negar, o corona vírus é “made in china”.
Primeiro devastou a Europa em países desenvolvidos como a Itália, França, Espanha e Inglaterra, não necessariamente nessa mesma ordem. Depois chegou em Nova York e agora o Brasil, que com o jeitinho brasileiro está sendo a oportunidade de enriquecimento ilícito e rápido para uma centena de políticos e empresários inescrupulosos e insensíveis à dor do próximo.
Temos inúmeros responsáveis por essa tragédia, primeiramente as autoridades sanitárias chinesas que esconderam a real gravidade da situação do restante do mundo, em seguida temos as autoridades globais perdidas (leia-se ONU e OMS) em meio ao novo vírus e ao invés de assumirem não terem noção da gravidade da situação e sequer sabiam como lidar com a situação ficaram do alto de suas empáfias de “autoridades mundiais” lançando uma série de “recomendações” baseadas em “estudos” que muitas das vezes foi de encontro com o que a própria ciência já vinha utilizando.
Por fim, temos os políticos tupiniquins que com a peculiaridade de sempre politizaram um vírus (nos demais países, ainda que com alguma divergência, os demais políticos se uniram em prol de toda a sociedade), os remédios para combatê-lo, a quarentena e o “lockdown”. Em momento algum pensaram em união de discursos e ações em prol da sociedade, apenas o interesse conseguir amealhar o máximo possível de dinheiro em falcatruas e de votos para a próxima eleição que se avizinha neste ano.
Estes atores são e sempre serão a escória da humanidade por se aproveitarem de uma situação extremamente grave perante o ser humano como uma pandemia o é para disseminarem suas opiniões, seus “achismos” como se fossem a verdade única e absoluta sobre o tema, relegando a um segundo plano toda a nossa diversidade étnica, climática, ambiental, social, política e econômica que influem sim no quadro de cada país, de cada região, de cada cidade e de cada bairro.
Neste sábado ultrapassamos a marca de 50.000 mortes pelo corona vírus e ainda temos pessoas afirmando se tratar de uma gripezinha, querendo ganhar na compra de ventiladores superfaturados, fazendo inauguração de hospital de campanha sem os aparelhos necessários e sem equipes de profissionais para atender aos pacientes.
Nossos gestores tiveram 03 (três) meses com as pessoas recolhidas em casa para achatar a curva e ainda assim há grandes centros urbanos no Brasil que ainda não inauguraram sequer um hospital de campanha decente. Noventa dias para nada, a não ser enganar a população com propagandas caras e que não mostram resultado nenhum pois o número de mortos só aumenta desde o início da pandemia em março.
Cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina, aas, corticóide, anti-inflamatório, anticoagulante e etc, são medicamentos que já se mostraram eficazes em vários casos, mas politizaram os dois primeiros como se fossem cruciais e os únicos remédios possíveis de serem utilizados no combate à covid-19.
O uso ou não de qualquer um desses medicamentos não retira o fato de que um vírus surgido lá na Ásia passou a matar filhos e filhas, irmãos e irmãs, maridos e esposas, pais e mães, amigos e amigas de cada um de nós e se você não se encontra ainda nessa situação, agradeça porque não está sendo fácil para os que ficam verem seus entes queridos partirem da forma como os protocolos de enterro instituídos para essa pandemia.
É insuportável “velar” um ente querido, aquele parente próximo, o amigo-irmão, apenas de dentro de casa ou de um carro. Até quando isso irá durar, não sei, mas tenho certeza que se ficarmos em casa por mais 3, 6, 9, 12 meses for ajudar a impedir essa perda sem despedida, esse desamparo frente a partida de tantas pessoas, deveríamos colocar mais a mão na consciência sim e procurar ficar em casa, se não por nós mesmos, mas pelo próximo. Essa situação é angustiante, assim como ficar recolhido em casa por 3 meses, mas se isso ajudar a salvar uma pessoa, mesmo que não seja próxima, pode ter certeza que valerá a pena.
Não é fácil ficar tanto tempo em casa, sem trabalho, sem emprego e sem renda, mas também não é a solução correr para a rua e literalmente se matar por trabalhar, devemos procurar alternativas para esta situação, uma vez que os governantes não estão se preocupando e muito menos tomando qualquer atitude para ajudar a todos os necessitados.
Os artistas que arrecadam alimentos, os empresários que doam alimentos, os coletivos que arrecadam e distribuem esses alimentos estão todos de parabéns por terem decidido agir ao invés de esperar a boa vontade do político tupiniquim, eles não irão resolver o problema, mas estão ajudando a amenizar a fome e o desamparo de milhares de famílias brasileiras melhor do que ficar batendo boca em redes sociais sobre qual isolamento vertical ou horizontal.
Esta pandemia mais uma vez nos faz confrontar a natureza humana, de um lado as pessoas sem qualquer empatia pela dor do próximo e de outro lado as pessoas que se importam consigo e com o próximo.
Não é uma luta contra o bem ou o mal, mas sim do homem contra o próprio homem. Aqueles que apenas enxergam o próximo como uma forma de ganhar dinheiro ou poder versus aqueles que enxergam o próximo como um Irmão, amigo, pai, mãe, filho, filha, primo, prima, tio, tia, avô, avó, etc.
Temos pessoas que já estão sem condições de enfrentar essa situação, pessoas que já perderam um, dois, três parentes, um, dois, três amigos, um, dois, três Irmãos, não é fácil, mesmos os mais fortes podem se ver em uma situação de total impotência e deixar o desânimo tomar conta.
E o que se tem a fazer? Entrar nessa espiral maluca de politizar o remédio, a quarentena, os erros da OMS, a China? Prefira ser aquele que se preocupa com o próximo; que liga ou passa uma mensagem de otimismo, que diz eu não sou médico, não sou farmacêutico e nem político, mas estou preocupado contigo, quando estiver desanimado ou pensando besteira, pode me ligar, passar mensagem ou até mesmo em casos extremos ir em casa, vou te ajudar, somente não desista diante de tanta tragédia e tanta partida daqueles que queremos bem e nos farão muita falta.
Evandro Salvador
Advogado