A repercussão da prisão de MC Poze do Rodo segue mobilizando o cenário do rap e do funk, mas o que chamou a atenção nas últimas horas foi o silêncio, e a reação tardia, de um de seus maiores colaboradores, o Filipe Ret.
Após críticas e cobrança pública, o rapper carioca publicou neste sábado (31/5) um texto de apoio ao funkeiro em seu canal nas redes sociais. A publicação, no entanto, causou efeito oposto ao esperado, foi classificada como tímida, genérica e insensível diante da gravidade da situação. O texto só chegou ao Instagram após intensa pressão de fãs e colegas.
Ret afirmou ter “muita admiração pelo Poze” e lamentou a forma como “tudo tá acontecendo”, desejando força à família do MC. “Que este episódio faça as pessoas transformarem seus incômodos em atitudes em prol da nossa cultura”, escreveu o artista.
A resposta teve consequências, Chefin e Oruam, dois nomes de peso da cena que já colaboraram com Poze e com Ret, deixaram de segui-lo nas redes sociais. Oruam, inclusive, havia feito duras críticas à operação da polícia e defendido o funkeiro de forma pública, acusando o Estado de criminalizar sistematicamente artistas negros e periféricos.
Internautas também não pouparam o cantor. “Gosto muito das músicas do Filipe Ret, mas ele não falar nada em relação ao que está acontecendo com o Poze me deixou boba. Achei isso ridículo real.” “Ret deixou subir à cabeça. Nem parece o mesmo que canetou Vivaz. Decepcionante.”
Enquanto Ret hesitava em se posicionar, outros artistas do gênero se mobilizaram. Major RD classificou a prisão de Poze como “covardia” e acusou a polícia de querer “um culpado para saciar a sociedade”. Oruam, em vídeo, afirmou que “se hoje prenderam o Poze, amanhã é a vez do Oruam”. MC Daniel ironizou: “Parece que foi ele que roubou o INSS.”
Poze e as acusações
MC Poze foi preso na quinta-feira (29) por suposta ligação com o Comando Vermelho, facção criminosa do Rio de Janeiro. A operação foi conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).
Vídeos antigos em que o cantor aparece com armas de fogo voltaram a circular nas redes sociais. Em entrevista, o próprio Poze já havia admitido envolvimento com o tráfico na juventude.
Fonte: Mirelle Pinheiro/Metrópoles
