Os celulares, iPad’s, tablets e computadores deixaram de ser extensão, ferramenta de trabalho humano e passaram a complementar o próprio corpo do ser. Ademais, os robôs estão em toda parte. Agora, dançam suavemente uma valsa, leem as faces e expressões, decorrentes de quaisquer sentimentos. A Revolução da AI vem ocorrendo da geração X para cá, em velocidade quântica.
E essa geração, a Alpha, é a mais influenciada pela tecnologia, de 2010 em diante. São crianças que percebem aconchego, navegando pela rede mundial de computadores. A palavra Google passou a ser atitude mental, reativa, onde o que ele oferta de informação representa a realidade desse genuíno povo.
Curioso é que se trata de uma geração hábil, multitarefas, astuta, analítica, impulsiva e sociável, apesar dos reveses, por conta de intensos e ininterruptos estímulos sonoros, visuais e motores. Contudo, toma-lhe transtorno de toda ordem, conforme apregoam os entendidos. O tragicômico alerta vem do ponto de inflexão: essa geração é a virada de chave da humanidade, que está em suas delicadas mãos.
Mãos com pouca concentração e nenhuma paciência, optam pela versatilidade dos temas, por preferirem pertencer mais ao movimento, do que por apreenderem os valores e as consequências envolvidos, naquele movimento. Da célula familiar ao convívio social, esses novos participantes têm suas sombras – reflexos da realidade mental – como vívidas e inquestionáveis, desconsiderando a fronteira entre o digital e o meio físico.
E os meios físico, social, econômico e cultural tiveram atenção de investidores e governos, para que sejam feitas as vossas vontades: trabalhar a base da sociedade, principiando pelo banco da escola. Ora erguem bandeira da igualdade, ora da minoria. Ora de identidade de gênero, ora de direitos “equitativos” e esteriótipos. Ora de sustentabilidade, ora de modernidade a qualquer custo. Ora de segurança pública, ora de desarmamento individual e familiar. Ora de tradição, ora de agenda globalista.
A proposital confusão de elevação mundial, na qual enfiaram as crianças da geração Alpha, ficou distante daquela receita de bolo, que era a educação à moda antiga, como caminho possível. De que forma essa turma, de pouco mais de dez anos de idade, vai reunir causas comuns de crescimento da nação, se o maior desafio dela parece estar em alguns milhares de pixels do seu jogo preferido, no monitor a sua frente?
Cada governo, com sua agenda política, guarda grande, embora secreto, reconhecimento da importância desses salvadores da Pátria. Serão eles os super-heróis que socorrerão o Brasil ou permitirão declínio total. Além dos administradores públicos e de suas políticas pouco ajustadas à ordem e ao progresso, essa geração vai conviver com a AI (Inteligência Artificial), cada dia mais imponente, sem empatia ou amor, nem habilidade socioemocional.
O senso crítico dos Alphas rende exames menos apegados e emocionados do que os julgamentos das gerações anteriores. Sendo, por conta disso, curiosos e corajosos, ao ponto de erguer apreciações e ponderações mais fidedignas contra discursos desconectados.
Jogue sobre essa geração alguns números e sugira que sejam contrastados com fatores reais. Em poucos instantes, emanam dela contra-argumentos a falas como a do, então, Presidente eleito:
“O Brasil não tinha mais fome, quando eu deixei a Presidência da República e, hoje, tem trinta e três milhões de pessoas passando fome. Significa que quase tudo que nós fizemos de benefício social, no meu país, em treze anos de governo, foi destruído em seis anos, ou melhor, sete anos: três, do golpista Michel Temer e quatro, do governo Bolsonaro. Por isso que o tema do meu governo é união e reconstrução”.
Os fatos são infinitamente acessíveis aos jovens guardiões da liberdade, os Alphas, a questão é que narrativas estão expostos diuturnamente e quão é a insistência familiar em ampliar a consciência dessa garotada? Eles enfrentarão a “Skynet” dos ameaçadores do futuro e, de quebra, terão a responsabilidade de resistir a ambíguos paradigmas socioeconômicos, sutilmente impostos. Equalizem as gerações, senhores da razão.