Mas é, também, acusada em mais de 10 processos de desmatar a Mata Atlântica, invadir terras indígenas e ocupar propriedades de pequenos produtores rurais.
Fundada em 1991, a Veracel Celulose é uma joint venture entre a gigante sueco-finlandesa Stora Enso e a brasileira Fibria. A empresa, que atua em diversas cidades do sul da Bahia, se tornou o centro da vida de Asdrubal Fortunato da Silva por 21 anos, ao figurar no outro polo de uma briga judicial que se arrasta há 23 anos.
O cenário da disputa é o interior do município de Santa Cruz Cabrália (BA). Lá e em municípios vizinhos, como Belmonte, Itabela e Eunápolis, o território da Veracel foi apelidado de “cemitério de eucaliptos”.
Milhares de árvores perfiladas, que em breve serão cortadas para virar móveis ou cercas, ocupam o habitat de plantas nativas da Mata Atlântica —, hoje só 7% da floresta original estão de pé.
O apelido “cemitério” foi dado porque o silêncio dos corredores de eucaliptos só é cortado pelo som dos galhos que balaçam ao vento e das folhas secas no chão, quando pisadas por quem passa por ali.
De olho na chance de criar gado e produzir alimentos numa área que ainda não havia se transformado em plantação de eucalipto, Asdrubal vendeu suas três fazendas em Minas Gerais e investiu todo o dinheiro em 651 hectares de terras, em Santa Cruz de Cabrália, em 1993.