O hemograma é um exame bastante solicitado pelos médicos para avaliação e monitoramento dos pacientes, seja de forma preventiva ou para acompanhamento de evolução de um quadro clínico. Através dele é possível fazer uma avaliação da qualidade e quantidade dos elementos figurados do sangue (nossas células sanguíneas). A partir da sua realização, é possível fazer o diagnóstico de anemia, saber se existem indicativos de uma infecção e possivelmente qual tipo de infecção (bacteriana, viral ou parasitária), além da análise das plaquetas, que participam dos processos de coagulação do sangue. E não para por aí, pois o hemograma pode auxiliar, também, com achados iniciais de células sugestivas de leucemias.
2. Como que é feito este exame?
Hoje, com o avanço tecnológico presente também na área da saúde, os hemogramas são realizados em equipamentos chamados Contadores Hematológicos, que permitem que as contagens das células sanguíneas e a dosagem da hemoglobina (importante marcador para avaliar anemias) sejam feitos de forma precisa e rápida. Dependendo do resultado analisado, a análise pode ser feita em segundos.
3. Então é um exame simples e que basta ter um equipamento para fazer a realização?
Na verdade, a gente precisa ter em mente que apesar do ambiente laboratorial, possuir grandes avanços tecnológicos, os equipamentos que fazem hemogramas apresentam limitações quanto à sua capacidade de identificar alterações celulares que são importantes de serem reportadas no laudo do exame. Para sanar tal limitação, vários estudos demonstraram a necessidade de uma análise complementar no microscópio (revisão de lâmina), para realizar uma busca ativa de possíveis alterações não detectadas pelo equipamento. Portanto, todo laboratório deve ter critérios de revisão de lâmina para assegurar uma análise realmente condizente com a clínica do indivíduo.
4. E qual a importância deste exame para a infecção pela COVID-19?
O hemograma é um importante recurso de suporte diagnóstico para avaliar a clínica das pessoas com o SARS-COV-2, pois os indicativos celulares de contagem de leucócitos (a relação entre os neutrófilos segmentados e linfócitos – NLR, por exemplo), possibilitam demonstrar sinais iniciais sugestivos de gravidade e/ou necessidade de internação. Isso se deve porque os linfócitos, que são células importantes no combate às infecções de um modo geral, são um dos alvos de infecção do SARS-COV-2 devido ao excesso de receptores ACE-2.
Um estudo realizado em 2020 pelo Instituto Albert Einstein demonstrou que, diante das diferentes NLRs (alta, intermediária ou baixa), pode-se ter um fator de risco associado a mortalidade intra-hospitalar, especialmente em homens. Lembrando que esta análise deve ser feita sempre pelo(a) médico(a) que assiste o paciente para correlacionar com outros achados laboratoriais, clínicos e de imagem.
Além disso, é muito importante que o laboratório faça a contagem devida das células imaturas que possam estar presentes, como o desvio a esquerda de neutrófilos (bastões, metamielócitos e outras células imaturas) para que possa dar uma resposta mais imediata de um efeito satisfatório ou não de uma antibioticoterapia administrada.
5. Existem achados típicos de agravo em um hemograma de um paciente acometido pela COVID-19?
Vários achados morfológicos são típicos em pacientes com maior agravo na COVID-19, como a presença de granulações tóxicas, corpúsculo de Döhle, vacuolizações citoplasmáticas, presença de macroplaquetas, entre outros, por isso a importância de o laboratório realizar um hemograma com análise morfológica das células sanguíneas sempre que houver indicativos sinalizados pelos equipamentos e/ou por critérios padronizados pelas sociedades médicas pertinentes a atuação laboratorial.
6. Como posso identificar um laboratório confiável para realizar meus exames?
Precisamos levar em consideração a qualidade de um modo geral, tanto do parque tecnológico quanto da qualificação dos seus profissionais.
Fatores como atendimento humanizado e qualificado, atendimento às questões de acessibilidade, qualidade técnica garantida por cumpimento dos requisitos sanitários e a busca de certificações, diversidade de serviços com tecnologia atualizada, espaço e conforto para realização dos seus exames laboratoriais, além de privacidade na hora do procedimento.
O laboratório deve oferecer ao cliente o máximo de comodidade e qualidade na entrega dos exames e ter em seus valores o respeito pelas pessoas, ética, transparência e comprometimento com a excelência do trabalho.
Convidado da semana
Mylner Fermino
Biomédico Hematologista.
Mestre em Ciências da Saúde.
Doutorando em Imunologia Básica e Aplicada.
Diretor Científico da Associação Brasileira de Biomedicina – ABBM.
Contatos: (96)99190-0403
Mail: [email protected]
Insta: @mylner
Dr. Achiles: Médico Radiologista; Professor da Unifap; Mestre em Ciências da Saúde
Hoje no #vemcomigofalardesaúde o biomédico hematologista Mylner Fermiano vai nos informar porque o hemograma é um exame fundamental na rotina anual de avaliação da saúde.