Christian Schnake, médico chileno especialista em bioética, resume que: “A ideologia de gênero é uma tentativa de afirmar, para todas as pessoas, que não existe uma identidade biológica em relação à sexualidade. Isso quer dizer que o sujeito, quando nasce, não é homem nem mulher, não possui um sexo masculino ou feminino definido, pois, segundo os ideólogos do gênero, isso é uma construção social”.
Contrário à tese da ideologia de gênero, a American College of Pediatricians, uma das associações médicas de pediatria mais influentes dos EUA, publicou a seguinte declaração, resumidamente, em tradução livre:
1- “A sexualidade humana é uma característica biológica binária objetiva: “XY” e “XX” são marcadores genéticos saudáveis – e não marcadores genéticos de uma desordem. A norma da concepção humana é ser masculino ou feminino. A sexualidade humana é planejadamente binária com o propósito óbvio da reprodução e da prosperidade da nossa espécie. Esse princípio é auto evidente (…)”;
2- “Ninguém nasce com um gênero. Todos nascem com um sexo biológico”;
3- “(…) Condicionar as crianças a acreditar que uma vida inteira de personificação química e cirúrgica do sexo oposto é normal e saudável é abuso infantil. Apoiar a discordância de gênero como normal, através da educação pública e de políticas legais, confundirá as crianças e os pais, levando mais crianças a procurar ‘clínicas de gênero’ (…)”;
No Brasil, esta discussão ganhou os holofotes, com maior luminosidade, em 2014, nos debates do Plano Nacional de Educação. Segundo os defensores da ideologia de gênero, levar este debate para os bancos escolares impingiria o crescimento de pessoas desprovidas de preconceito às diversidades, permitindo uma maior aceitação à pluralidade.
Com todo respeito, nada mais absurdo, já que não há relação entre a aceitação ao próximo com premissas errôneas. A ideologia de gênero nada mais é do que uma distorção da realidade biológica do ser humano e de todas as espécies de animais, racionais ou irracionais. Fazer da exceção à regra, incutindo discursos e conceitos falsos, é um retrocesso, atestando uma cultura que pretende ser imposta, mas que não tem o condão de mudar a realidade biológica: se nasce macho ou fêmea.
Se o Plano de Educação Nacional e os equivocados educadores estivessem preocupados com a aceitação da diversidade, deveriam postular, para a inclusão nas escolas, aulas sobre o respeito à dignidade humana, conceito amplo e que açambarca direitos e garantias intrínsecos a cada ser humano, que, por sua simples condição de humanidade, se torna merecedor de respeito, consideração, aceitação do Estado e de seus semelhantes, pouco importando o sexo, credo, religião, raça ou cor.
Outra polemica surgiu com as falas do Deputado Mineiro Nikolas Ferreira, que no discurso do púlpito da Câmara de Deputados Federais, no dia Internacional das Mulheres, vestiu uma desnecessária peruca loira, para seu pronunciamento.
Segundo o próprio Deputado, em seu TWEET, ele defendeu “o direito das mulheres de não perderem seu espaço nos esportes para trans – visto a diferença biológica – e de não ter um homem no banheiro feminino. Não há transfobia em minha fala. Elucidei o exemplo com uma peruca (chocante). O que passar disso é histeria e narrativa.”
Independente de concordar com argumentação de defesa do Congressista, com a ressalva da ironia de sua fala eis que o tema deve e deveria ser discutido com maior liturgia, há de fazer a ressalva que o Deputado possui imunidade parlamentar. Segundo o artigo 53 da Constituição Federal/88: “Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”.
Não se pode relativizar uma norma Constitucional de garantia dos representantes do povo com a desculpa de discursos politicamente corretos e/ou incorretos, como pretendem alguns.
A Lei Maior há de ser respeitada com maior higidez, para assegurar o direito de todos, inclusive que temas polêmicos sejam levados à discussão, falados e/ou debatidos por nossos representantes na casa do povo.
Tenho Dito!!!